Categorias: Comportamento

Sobre o equilíbrio na vida

A vida é assim: quando encontramos nosso equilíbrio, parece que vem uma ventania e muda nosso centro nos desestabilizando completamente. No fim do ano senti-me numa energia tão harmônica comigo mesma e com os outros, que parecia que nada me tiraria do meu equilíbrio. Mas eu estava enganada.

Minha viagem para o Piauí foi programada com mais de 3 meses de antecedência. Família empolgada em me conhecer, primos fazendo a programação dos passeios e muita expectativa foi criada. Claro que sempre bate aquela ansiedade se tudo vai dar mesmo certo, se não teremos algum problema no meio do caminho, mas tudo que eu mais queria era estar neste lugar maravilhoso, curtindo a praia, as boas energias do mar e praticar diariamente yoga em meio à natureza.

Não tenho do que reclamar quanto à minha família, o lugar lindo que estou nem as acomodações. Tudo segue em perfeita harmonia em relação a isso, mas algo em mim parece que me empurrou pra fora da minha zona de conforto me tirando daquele equilíbrio que me encontrava antes.

Minha alimentação mudou muito. Em casa tenho o costume de me virar, fazer minhas próprias refeições ou procurar na rua opções saudáveis e vegetarianas, mas aqui, como é algo diferente, estou me alimentando de forma completamente diferente. Às vezes como um hambúrger vegetariano em Barra Grande (Ora Burguer), às vezes uma tapioca bem recheada vira meu jantar, mas claro, tem dias que um bom prato de arroz com feijão e salada me espera para o almoço. Vejam bem, não é o lugar que me fez comer de forma diferente, mas talvez por estar de férias, acabei saindo da minha rotina.

Ganhei alguns quilos e me sinto um pouco pesada. Tento praticar yoga diariamente, mas nem sempre consigo. Como estou saindo muito com meus primos, algumas vezes bastou desenrolar o tapetinho de yoga pra alguém me chamar pra sair. E claro, eu vou.

E mais uma vez me pego pensando que quando estamos em uma situação completamente favorável, tudo é mais fácil. Conseguimos nos equilibrar, encontrar nossa harmonia e nos mantermos firmes em nossa rotina. É fácil demais.

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Certa vez, numa aula sobre Ganesha no Espaço Samyama, expliquei sobre sua simbologia. Enquanto Ganesha mantém um pé suspenso, significando a elevação espiritual e a busca por um caminho mais sutil, ele mantém o outro pé firme no chão, sendo o contraponto da elevação. Isso é um indicativo de que devemos sempre buscar o equilíbrio entre o espiritual e o terreno. Buscar a harmonia entre condições favoráveis e desfavoráveis, pois só conseguimos mesmo aprender e nos aperfeiçoarmos quando encontramos caminhos tortuosos e desafios em nossa trajetória.

E assim estou agora. Após sentir-me como num olho de um furacão em relação à minha rotina, prática de yoga e equilíbrio, estou buscando meu centro. Há alguns dias eu poderia dizer que só a partir do dia 20, quando volto pra casa, que poderia me reequilibrar, mas agora, aqui sentada escrevendo enquanto escuto músicas de relaxamento no fone de ouvido, tenho a certeza de que eu precisava mesmo dessa saída de zona de conforto para aprender a me reestruturar em diferentes situações.

Acordar cedo, praticar yoga, manter uma alimentação saudável e a mente em equilíbrio é muito fácil quando todas as condições são favoráveis. Porém, é quando saímos da caixinha que desenvolvemos a nossa capacidade de encontrar a paz interna, o equilíbrio em nós mesmos, independentemente do que ocorre ao nosso redor.

Eu poderia dizer que esta viagem me desestruturou em relação à minha rotina e equilíbrio, mas só agora pude perceber que nada que ocorre no exterior é capaz de nos desestruturar quando voltamos para nós mesmos e encontramos essa paz interna.

A alimentação fugiu do controle? Beba mais água!

Não consegue praticar yoga diariamente? Feche os olhos e concentre na respiração!

Conheceu pessoas completamente diferentes do seu círculo de amizades e ninguém pensa como você? Aproveite para aprender com eles! Cada pessoa que cruza nosso caminho traz um ensinamento diferente. Nada é por acaso nem ninguém aparece em nossas vidas sem ter um porquê.

Aproveite cada momento que a vida proporciona. E quando achamos que tudo deu um nó e virou nossas vidas de cabeça pra baixo, talvez seja aí que você precise fechar os olhos, respirar fundo 3 vezes e entrar em conexão com o que está dentro de nós.

Nossa mente é poderosa. É capaz de criar demônios, mas também de criar uma linda realidade. Basta escolhermos de que forma vamos enxergar cada momento que vivemos em nossas vidas.

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Categorias: Livros

Resenha: Yoga Girl – Rachel Brathen

Livro: Yoga Girl - Rachel Brathen | Camile Carvalho #camilecarvalho

Se tem um perfil no Instagram que eu recomendo, é a da Rachel Brathen, mais conhecida como Yoga Girl. Nascida na Suécia, publicou seu primeiro livro Yoga Girl contando sobre sua vida desde a infância, com muitas perdas e revoltas até seu processo de transformação, quando conheceu a Yoga e passou a enxergar os acontecimentos de uma outra forma, perdoando e fazendo as pazes com o passado. Hoje Rachel Brathen é instrutora de Yoga e tem uma ONG de resgate de animais, e seu livro é uma mistura de autobiografia, dicas de alimentação saudável, ensinamentos de yoga e reflexões sobre desenvolvimento pessoal.

Livro: Yoga Girl - Rachel Brathen | Camile Carvalho #camilecarvalho

Instagram: @yoga_girl

Livro: Yoga Girl - Rachel Brathen | Camile Carvalho #camilecarvalho

Após uma viagem com a família para Tailândia, Rachel conheceu a meditação e a prática de yoga, mas nem tudo foram flores em sua vida. Após a separação traumática de seus pais e a perda de seu padrasto num desastre de avião, por quem era muito apegada, Rachel cresceu se sentindo culpada por diversas situações desagradáveis que aconteceram em sua família, inclusive a tentativa de suicídio de sua mãe, que lhe deixou uma carta antes de tentar tirar a vida.

Com tudo isso, Rachel cresceu uma adolescente revoltada que se jogou no álcool e drogas, chegando ao ponto de ser levada para casa pela polícia. Segundo ela conta, era uma forma de autodestruição, uma não-aceitação que vinha sendo alimentada desde criança e que crescia como uma bola de neve a cada dia.

Livro: Yoga Girl - Rachel Brathen | Camile Carvalho #camilecarvalho

“Para cada pessoa que está sempre sobre um tapete de yoga. E para aqueles que nunca pisaram… especialmente para você.”

Não sabendo mais como lidar com a filha problemática, sua mãe lhe inscreveu em um retiro de meditação, num ato de desespero, como uma última ideia para tentar ajudar a filha de alguma forma, e isso foi o pontapé inicial para uma grande transformação interna. Ali, naquele retiro, Rachel conta que entrou em contato consigo mesma, com sentimentos e pensamentos com os quais deveria aprender a lidar, mas foi em uma viagem para Costa Rica que começou a praticar yoga e a conhecer pessoas que a ajudariam a fazer uma grande mudança em sua vida. Hoje a Yoga Girl mora em Aruba, é instrutora de yoga e viaja o mundo participando de retiros e conferências.

Livro: Yoga Girl - Rachel Brathen | Camile Carvalho #camilecarvalho

“A mente tem uma tendência a buscar os piores cenários. Quando estamos imersos em um pensamento, sempre nos encontramos presos em pensamentos repetitivos, julgamentos, rótulos e negatividade.”

O livro foi lançado em inglês nos EUA, mas já tem a versão portuguesa, para quem é de Portugal. Fiz a leitura em inglês, mas aguardo ansiosamente a versão brasileira, que será lançada em breve, mas pra quem está interessado em ler agora, é uma leitura leve e fácil, com muitas imagens e esquemas de sequências de yoga, receitas de sucos e comidas saudáveis e fotos inspiradoras de suas práticas de yoga nas praias de Aruba e sobre a prancha de Stand-up (SUP Yoga).

Livro: Yoga Girl - Rachel Brathen | Camile Carvalho #camilecarvalho

“Yoga envolve muito mais que posturas físicas praticadas no tapetinho.”

Livro: Yoga Girl - Rachel Brathen | Camile Carvalho #camilecarvalho

Yoga Girl é um livro recomendado a todos que querem conhecer um pouco mais sobre yoga e transformação pessoal, desde professores até quem nunca pisou sobre um tapetinho. Quem sabe não é um pontapé inicial para fazer uma mudança na vida? Às vezes pensamos que estamos em uma situação difícil de ser resolvida, mas quando lemos histórias de vida como a de Rachel Brathen, percebemos que nada é impossível quando aprendemos que tudo é controlado pela nossa mente, e que somos o que pensamos.

Se plantamos bons pensamentos, colheremos os bons frutos. Resta a nós decidirmos no que vamos focar nossas vidas.

Você pode adquirir o livro da Yoga Girl pela Amazon.

Insights

“A coisa mais importante não é o que acontece com você na vida, mas como você escolhe reagir ao que acontece.”

“Todos nós temos ideias diferentes sobre o que é um corpo bom, mas minha definição é essa: todo corpo é um corpo bom.”

“Eu aprendi que para viver uma vida que faça seu coração bater mais forte, você precisa abandonar o medo. Nós devemos abandonar o medo – todos nós, como um todo – e movermos no sentido que o amor quer que nos movamos.”

E vocês, já conheciam a Rachel Brathen? Alguém já leu seu livro Yoga Girl? 

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Categorias: Desapego

Declutter de fim de ano

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Pra uns pode ser apenas uma data, como qualquer outra, mas eu gosto de encarar o fim do ano como um ritual de encerramento de um ciclo e início de outro. Não tem como fugir disso, tudo para nessa época do ano e recomeça no início do novo, então aproveito essa energia para fazer um ritual do desapego para começar o novo ciclo com novas energias.

O primeiro passo é fazer um declutter da papelada. Como também sou estudante, começo pelo material da faculdade e cursos, pois a maioria nessa época do ano já se encerrou. No meu caso específico, acabei de concluir minha pós-graduação, então é o momento também de fazer uma revisão no material que usei, principalmente no caderno, que será arquivado.

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Meu passo-a-passo

Limpeza

A primeira coisa que faço é varrer o chão do quarto pra tirar as energias negativas e estender meu tapetinho de yoga. Não adianta, para mim fazer um destralhe, jogar coisas foras e me desapegar faz parte da minha prática e não há diferença entre fazer uma postura, uma meditação e arrumar a papelada. Tudo isso faz parte da prática do yoga que, como já expliquei no vídeo do youtube, não se limita apenas a posturas e movimentos, mas ao modo como vivemos nossas vidas.

Música

Costumo colocar uma playlist de yoga (geralmente a que dou aulas) ou algum álbum do Deezer de Reiki, Meditação ou mantras. Acho que assim consigo entrar mais em sintonia com o objetivo da arrumação e crio um ambiente propício, leve e harmônico.

Água

Sempre encho uma garrafa de água e mantenho ao meu lado. Por algum motivo qualquer, sinto muita sede durante as arrumações e costumo beber de uma a duas garrafinhas durante cada sessão de organização.

Gavetas

Começo pelas gavetas, mas escolho uma por vez. Num dos meus primeiros declutters tirei tudo de dentro das gavetas fazendo uma grande pilha de objetos e papeis no centro do meu quarto, mas isso eu recomendo que se faça na primeira vez, para termos a noção do quanto acumulamos. Depois, nas revisões, pode fazer aos poucos, já que espera-se que não tenhamos acumulado tanto (o que nem sempre é verdade).

Papel

Com a pilha sobre o chão, pego um papel de cada vez e vou separando em pilhas de acordo com o que representam. Aqui fiz pilhas de papeis em branco, xerox da faculdade, pastas vazias (aquelas pastas em L), material de escritório (tesouras, cola, canetas etc.) e anotações que preciso guardar. Enquanto isso, o que não quero mais, vai pra pilha dos reciclados.

Declutter de fim de ano | Camile Carvalho | #camilecarvalho

Pilha dos reciclados

É uma terapia para mim rasgar papeis. Pode parecer besteira, mas enquanto pico cada um deles com as mãos me sinto agradecida pelo conhecimento que ele me permitiu obter, pelas palavras que pude escrever ou ler nele. Geralmente são papeis de anotações de aulas que já passei a limpo, ou textos já lidos, flyers que peguei na rua – e que não deveria tê-los trazido para casa – ou jornais que recebo gratuitamente.

Organizando

– Depois de formar a pilha de papeis a serem reciclados e colocá-los em uma sacola, analiso o que pode ser guardado e o que pode ser doado. Algumas xerox que fico depois do semestre ter acabado podem ser repassados a outros alunos dos períodos anteriores.

Papeis em branco ficam em uma pasta para serem usados na impressora (que confesso que quase não uso mais) e guardo também papeis que podem servir de rascunho. Gosto muito de fazer mapas mentais à mão, com papel e canetas coloridas para ter novas ideias, e estes papeis são muito úteis.

Pastas vazias vão pra uma outra pasta maior na qual guardo todo material de escritório que não estou usando no momento. Tenho algumas pastas em L, envelopes e sacos para guardar folhas de fichário nessa pasta maior e sempre que preciso de algo, recorro a ela. Quando não preciso mais, volto a guardar lá, pra não deixar tudo espalhado pelas gavetas.

Cadernos passam por uma revisão e arranco folhas que serviram apenas para rabiscos. Sabe aquela última folha que sempre anotamos coisas importantes para o momento mas que depois deixam de ter importância, ou apenas rabiscamos coisas sem sentido? Não gosto de começar um novo semestre ou novo ciclo com as últimas folhas com anotações. Dá uma impressão ruim, então tive a ideia de colar o quadro de horários ou alguma tabela importante na última página. Assim me impede de ficar rabiscando coisas aleatórias e usar meu caderninho centralizado para anotações.

Depois de guardar tudo em seus devidos lugares com energia renovada, costumo fazer uma meditação e agradecer por mais um ciclo encerrado.

E que venham novas energias!

E vocês, como fazem o declutter? Já fizeram o do fim de ano? Aproveitem a energia de renovação de ciclo para desapegarem daquilo que não os serve mais!

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