Categorias: Desapego

O declutter físico e o desapego emocional

Declutter e desapego emocional | Camile Carvalho | Vida Minimalista

Hoje fiz mais um declutter. Mas não, não mexi nas minhas roupas, nem na papelada. resolvi ir mais fundo.

Abri o maleiro do meu guarda-roupas, aquele mesmo que eu já havia feito um super declutter há alguns anos e contei aqui no blog. Naquela época, eu tinha muitas memórias, brinquedos da infância, todo meu material da primeira faculdade (Medicina Veterinária) e muita, muita tralha a ser analisada. Foi um processo difícil, de olhar cada objeto em minhas mãos e lidar com memórias, algumas boas, outras nem tanto.

Consegui organizar umas caixas, deixar todas aquelas memórias bem guardadinhas, para um dia, quem sabe, abri-las caso precisasse. Mas não precisei.

Hoje decidi recomeçar meu desapego tanto físico quanto emocional, e tirei cada uma dessas caixas. As coloquei no chão do quarto, e entre poeiras e memórias, fui abrindo uma a uma. O resultado foi impressionante.

Em cada uma das caixas, um pouco do meu passado, da minha personalidade, como se eu quisesse armazenar um registro de quem fui. Como se guardando aqueles objetos, eu pudesse provar a alguém que vivenciei aquilo, que eu sou aquilo que estava ali, armazenado.

Em uma das caixas eu guardava minhas memórias da Medicina Veterinária. Como alguns já sabem, eu sou formada em Medicina Veterinária desde 2007 e caminhei em direção às tecnologias de reprodução de animais de grande porte. Isso, traduzindo, significa que eu inseminava e fazia transferências de embriões, além de acompanhar exposições de Mangalarga Marchador e leilões.

Ali, naquela caixa, estavam também algumas matérias da faculdade, anotações de provas que eu havia guardado e catálogos de leilão. Esta foi uma parte de mim, que hoje vejo que não é mais. E foi só remexendo nessas memórias que me dei conta de que aquelas lembranças – antes felizes – hoje me trazem um sentimento de estranhamento com a Camile que sou hoje. Vou explicar o porquê.

Desde criança sou completamente apaixonada por cavalos. Não sei por qual influência, ou talvez por ser meu animal totem, mas meu sonho sempre foi trabalhar com eles. Montar no pêlo e sair galopando pelos campos, sem hora pra voltar. Aquela sensação de liberdade, de poder, e tudo o mais que um cavalo significava para mim. Fiz equitação e hipismo e, não satisfeita, não tinha outra opção para mim a não ser cursar Medicina Veterinária. Passei pra Biologia, pra Medicina, mas foi a Veterinária que escolhi.

Declutter e desapego emocional | Camile Carvalho | Vida Minimalista

Foram 6 anos de estudos, e de dedicação aos cavalos. No final do curso, eu já estava bem entrosada com os professores e com muitos fazendeiros, sendo constantemente chamada pra fazer parte das equipes sempre que havia uma cirurgia ou uma exposição. Foi a melhor época que vivi, pois ali me sentia realizada. Os semestres passaram e eu estava cada vez mais dentro de um universo um tanto fechado, de trabalhar com animais de grande porte, fazer cirurgias, castrações, descornas, inseminações artificiais e transferências de embriões. Até que – não me recordo como – uma ficha caiu:

“Eu amo animais. Eu amo cavalos. E tudo o que estou vivendo, colaborando, não condiz com esse amor e respeito que sinto por eles.”

Animais de produção – assim são chamados. E a cada dia me sentia mais infeliz por ter escolhido uma profissão que não estava completamente alinhada aos meus princípios de vida: o ahimsa (não-violência), o respeito e libertação animal. Muito pelo contrário, eu os fazia cada vez mais produtos de um sistema no qual o dinheiro era o mais importante. E foi quando rompi de vez com a Medicina Veterinária, aceitando um emprego de editora de vídeo da Rede Record. Sim. Um giro total na minha vida.

Não tive medo de mudar do Rio de Janeiro pra São Paulo, de morar com pessoas que não conhecia nem de ter que enfrentar determinados problemas longe da minha família. Eu queria mudar, e foi depois de um ano trabalhando no meio das telecomunicações, que decidi ingressar na minha segunda graduação: Comunicação Social.

Digo isso pra passar a mensagem de que nunca é tarde para fazer uma grande mudança em suas vidas. Mas agora retornarei ao tema da minha organização do dia. Calma, vocês verão que tudo tem uma ligação.

Enquanto mexia naquelas memórias da Medicina Veterinária, peguei os catálogos de exposições, de leilões, mexi no material de transferência de embrião que ainda tinha guardado. Uma emoção antes presa surgiu em mim, como uma catarse, e chorei. Minha caixa de boas memórias da Veterinária, não passavam de lembranças não muito agradáveis, de como eu estava em um caminho totalmente afastado dos meus princípios. Lembrei dos bois que eu havia selecionado pro abate. Lembrei da égua que caiu do penhasco e o fazendeiro só esbravejava que tinha perdido sei lá quantos mil. Lembrei do Búfalo que peguei no pasto e coloquei no caminhão, pra ser abatido. Quem era eu, afinal, naquela época?

Apenas três coisas pude fazer: pedir perdão por ter contribuído com algo que hoje não concordo, me perdoar (sim, porque isso também é extremamente importante) e agradecer, por ter percebido o quanto mudei nestes últimos anos. Como uma técnica Ho’oponopono (Sinto muito, me perdoe, eu te amo, obrigado).

2007 – era este o ano estampado na maioria das minhas lembranças e, quase 10 anos depois, me encontro no chão do meu quarto, revendo memórias que foram como um soco no meu estômago, mas que antes me faziam feliz. Eu já entendi o recado. Era isso que eu precisava vivenciar, e no momento certo.

Sou grata pela experiência que tive ao rever minhas memórias de momentos felizes. Mas agora é hora de deixá-las ir embora.

E na memória ficará apenas aquele cavalo castanho, sem sela, com sua crina ao vento. Livre, correndo junto aos seus companheiros ao fim do dia.

Livre. Livre. Livre.

Porque foi isso que eu sempre sonhei desde criança. E eu tenho a certeza que em algum lugar, haverá um cavalo em liberdade sendo grato por eu ter mudado de rota.

obs.: este post não é uma crítica à Medicina Veterinária. É apenas um desabafo sobre o caminho que eu estava trilhando dentro dessa profissão. <3

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Categorias: Bem-Estar

Video: Minha transição capilar #1 – A decisão

É oficial. Me dei conta de que estava fazendo a transição capilar quando desejei loucamente cortar o cabelo pra remover toda parte com química. Até então eu estava me sentindo confusa, não sabia se realmente queria deixar meu cabelo cacheado no natural ou se estava apenas dando um tempo na química pra tentar recuperar os fios até o próximo alisamento.

Após conhecer tantos blogs, ler vários comentários em grupos de cacheadas e assistir vários vídeos do youtube, criei coragem pra assumir de volta meus cachos e resolvi registrar em vídeo meu processo. Minha vontade é deixar o cabelo crescer bastante e cacheado enquanto vou cuidando para que fique saudável, mas com a quantidade de química excessiva que tinha nos fios, fica muito difícil de formar os cachos novamente.

Quando estamos em transição capilar, de largar a química pra deixar os cabelos naturais, temos duas opções. Ou deixamos o cabelo crescer normalmente e aparamos as pontas até que consigamos eliminar toda parte com química ou fazemos um grande corte para eliminar de uma só vez boa parte do comprimento danificado.

No vídeo explico melhor sobre como lidei com meu cabelo durante minha adolescência, por que comecei a fazer química e por que decidi parar. Se você também está num impasse em relação à transição (ou precisa de uma forcinha para assumir os cachos naturais) assista o vídeo e deixe seu comentário. Vou ficar muito feliz em saber sua história!

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Categorias: Organização

Arrumando o quarto após uma viagem

Arrumando o quarto após uma viagem | Camile Carvalho

Todas as vezes que passo um tempo longe de casa, quando retorno é uma sensação um tanto estranha. O que eu havia deixado do meu jeito, com a minha energia antes de partir, parece não combinar mais com a energia com a qual retornei. Não sei se é por ter ficado muito tempo parado, sem uso – o que faz com que a energia fique estagnada – ou se porque mudei muito durante o período fora. Na verdade, acho que é uma combinação dos dois, e por este motivo gosto sempre de fazer uma super arrumação com declutter.

Segundo o Feng-Shui, energia estagnada não é benéfico, e sabendo disso, gosto de arrumar o quarto mudando o que posso de lugar. Como meus móveis são planejados, não há muito o que fazer com guarda-roupas, cama e bancada, mas em relação à decoração, nada fica do jeito que deixei. Vou compartilhar com vocês as mudanças que fiz por aqui que fizeram uma boa diferença na energia do ambiente.

1 – Preparei o material que precisava. Pra não dar mais trabalho, já peguei tudo que ia precisar durante a arrumação: vassoura, pá de lixo, panos de limpeza, produtos de limpeza etc.

2 – Coloquei roupas para lavar. Tanto as roupas que voltaram da viagem como outras que ficaram por aqui fora das gavetas. Gosto de fazer declutter de roupas com todas lavadas e limpas, assim tenho uma noção melhor da quantidade de roupas que tenho e também, ao doar, as roupas já vão limpas para seu novo destino.

Já falei aqui no blog sobre minhas organizações das minhas roupas e sobre como criei meu armário-cápsula. Quem quiser ler mais sobre isso, no site do Westwing tem um post muito bacana ensinando como ter um guarda-roupa perfeito tanto para homens, como para mulheres.

Arrumando o quarto após uma viagem | Camile Carvalho | Livros de budismo e yoga

3 – Esvaziei prateleiras. Meu quarto tem muitas prateleiras e estantes ocupados com meus livros, então costumo tirar tudo e colocar no chão do meu quarto. Assim fica mais fácil de limpar as superfícies e mudar a decoração. Minha regra é: voltar apenas o que realmente quero em cada lugar.

4 – Reorganizei livros e enfeites. Depois de tudo limpo, separei meus livros de yoga, de budismo, de empreendedorismo e os coloquei num destaque maior, já que é o que ando lendo mais. Os outros vão para o armário fechado. Como sou apaixonada por livros, eles é quem comandam minha decoração. Os enfeites entram depois, quando os livros já estão em seus devidos lugares.

» Veja a lista dos livros que me inspiram

Arrumando o quarto após uma viagem | Camile Carvalho | Livros de budismo

5 – Troquei roupa de cama e limpei o quarto. Sempre que preciso dar uma renovada nas energias do quarto, troco a roupa de cama. Faz muita diferença no ambiente.

6 – Coloquei meus cristais para reenergizar. Tenho o costume de pelo menos uma vez por mês colocar todos os meus cristais num pote de vidro com água e óleo essencial de lavanda. Deixo na varanda para energizar na luz do sol ou até o dia seguinte.

Arrumando o quarto após uma viagem | Camile Carvalho | como limpar cristais

7 – Por fim, após varrer o chão, coloco óleo essencial no difusor ou acendo um incenso. Depois dessas etapas o ambiente fica bem mais leve e reenergizado.

» Leia mais sobre Aromaterapia e Óleos Essenciais

E vocês, como costumam voltar à rotina após uma longa viagem? Também sentem a energia estagnada? Como se organizam? Contem aqui nos comentários!

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