Categorias: Reflexões

Quantas fotos você clica?

Enfim, chegou aquele fatídico dia em que o computador ficou cada dia mais lento, mais lento e, fui postergando aquela formatação que, por mais simples que seja, dá trabalho. Até que ontem à noite, aproveitando uma sexta-feira em casa, resolvi colocar a mão na massa.

Como uso o Dropbox pra guardar meus arquivos, fico menos preocupada em relação ao backup, mas uma pasta me chamou a atenção: Imagens. Gosto de sincronizar no meu Dropbox as fotografias que ficaram boas, as já tratadas, as publicadas nas redes sociais (Instagram, por exemplo) e as que precisam ser acessadas por outros dispositivos, como meu celular. Porém, no próprio HD do computador deixo ali as imagens descarregadas, as cruas (RAW) que ficaram pra trás e acabei não excluindo, mas que um dia, quem sabe, podem ser úteis. Ok, vou dar um spoiler: esse dia nunca chega.

Também deixo no próprio HD do computador as imagens que descarrego do celular. E aí que vem o problema… Enquanto que as fotografias que faço com minha câmera fotográfica são mais fáceis de desapegar por motivos óbvios: geralmente fotografo eventos e muitas são repetidas, percebi a dificuldade de fazer uma limpeza nas fotos que fiz com o celular. Foi quando sincronizei meu Lightroom e importei todas as fotos do smartphone que eu percebi o quanto de lixo digital eu gero e carrego comigo.

Algumas tralhas fotográficas no meu rolo da câmera:

  • Print Screens de qualquer coisa que eu veja na internet e quero guardar pra enviar pra alguém ou reler depois
  • Fotos que guardam alguma informação que eu preciso resgatar a curto prazo, mas que depois tornam-se inúteis, como o local do estacionamento em algum estabelecimento
  • Fotos que compartilhei no Instagram ou Stories (ou qualquer outra rede social)
  • Imagens de fundo de tela que salvo quando acho bonito (e que acabo não usando)
  • Fotos repetidas de grupo de amigos ou selfies que escolhemos depois apenas uma delas pra usar

Estas são algumas tralhas que identifiquei e que apenas ocupam espaço. Tenho dividido no meu sistema de organização uma pasta apenas com fotos do celular e, dentro delas, organizo por ano:

iPhone

  • iPhone 2016
  • iPhone 2017
  • iPhone 2018

Mantenho essa organização que é o que funciona pra mim (se quiserem posso escrever um post contando melhor sobre meu sistema) e nesse decluter das fotografias, acessei essas pastas e percebi que ainda guardo fotos que não me fazem sentido algum. Fotografias de plantas, de um pôr-do-sol que não lembro quando foi, de comida, enfim, são fotos que não têm utilidade alguma passado alguns anos.

Com isso percebo que muitas fotografias têm um prazo de validade. Muitas cumprem sua função ali, naquele momento, ou naquele ano, mas que depois de um certo tempo perdem sua importância. A questão é: o quanto estamos clicando de forma indiscriminada? O quanto estamos usando de recursos, muitas vezes pagando por mais espaço em serviços de backups, pra guardar memórias que já não fazem mais sentido. E se fôssemos mais seletivos, se fizéssemos uma revisão frequente (mensal, talvez), das imagens que guardamos em nossos dispositivos?

Hoje temos tantas possibilidades com a fotografia digital, que acabamos perdendo aquele contato com a produção da imagem. O olhar, o enquadramento… são tantas possibilidades de correção que acabamos não nos importando tanto, por exemplo, se a foto ficou torna. Um rápido Photoshop, ou aplicativos no próprio celular já corrigem, já preparam a imagem que podem ser facilmente compartilhadas nas redes sociais.

Mas eu quero propor a mim mesma um movimento slow. Ao invés de clicar repetidas vezes no botão, prestar atenção de verdade no que estou fotografando. Perceber com calma, de forma desacelerada, tentar fazer menos cliques, salvar menos imagens, escolher as melhores. Quero mudar minha relação com a fotografia e com a imagem, principalmente quanto ao armazenamento.

Não, eu não preciso de mais espaço no meu backup. Eu preciso selecionar melhor o que guardo como memória da minha vida. E que fiquem as boas lembranças, as boas imagens que num futuro eu possa admirá-las por fazerem sentido pra mim.

E você, como se relaciona com as imagens de seu smartphone e computador? Conte aqui nos comentários!

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Categorias: Desapego

Minha biblioteca pessoal e o desapego dos livros

Após o declutter das minhas roupas, foi a vez de encarar, enfim, meus livros. Não me considero uma compradora compulsiva de livros, mas de fato compro mais do que leio. Alguns por empolgação do momento, outros por causa de alguma promoção, e o conselho que sempre dou em relação às roupas, nem sempre as sigo quando se trata de livros.

E não é só com papel que tenho esse apego (ou seria acúmulo?), já que passando os olhos pelo meu Kindle pude perceber o quanto também tenho de títulos aguardando um dia serem lidos, mas que tenho a certeza de que jamais abrirei a primeira página.

Pra falar a verdade, meu desapego começou pelos livros digitais. Claro, é muito mais fácil sair deletando arquivos, pois sabemos que de uma forma ou de outra sempre podemos encontrá-lo novamente pela rede, pelo computador ou – o que é melhor – quando compramos uma edição pela Amazon, ela fica ali, guardadinha “para sempre”.

Não tive dó de excluir os arquivos e prometi a mim mesma que só adicionaria novos títulos caso eu realmente fosse ler.

Agora, em relação aos livros físicos, aí que vem o problema…

Sim, sou apegada aos livros. Lembro-me de uma época por volta dos anos 2000 em que eu não tinha lá muitos livros em casa. Claro, aqueles da escola, da faculdade, eu até os mantinha guardados, mas ir a uma livraria e voltar com uma sacolinha era muito, muito raro.

Até que em 2008 eu fui morar em São Paulo. Um novo mundo se abriu quando, além de conhecer um amigo intelectual com quem eu dividia a casa e que me incentivou a fazer leituras acadêmicas, eu estava na terra da garoa, ou melhor, da Livraria Cultura da Avenida Paulista. Ali começou minha verdadeira história com os livros…

Passei a ler mais, a ler de tudo um pouco. De ensaios a poesia, de autoajuda a sânscrito, e com isso minha biblioteca foi aumentando. De volta ao Rio de Janeiro e a facilidade de comprar online, minhas prateleiras ficaram pequenas, e a cada promoção, logo o porteiro tocava a campainha para entregar mais uma caixinha. E assim tornei-me uma compradora de livros, diferente de leitora.

Meu gosto foi mudando, alguns livros já não combinavam mais comigo, mas ainda assim eu os mantinha na estante. Alguns, por orgulho de tê-los, outros, escondia por não me identificar mais. Mas a pena de passá-los adiante falava mais alto e embora eu tenha vendido ou doado alguns, a maioria ficava ali, como um troféu.

Livros são muito mais que páginas escritas. São muito mais que histórias. É um símbolo, representa um status, e quando compreendi que aqueles livros parados na estante estavam ali apenas por causa de um ar de intelectualidade, foi o clique que eu precisava pra começar a trabalhar o desapego.

Não é a quantidade de livros que vai me fazer ser mais ou menos inteligente. Não é o número que me faz sábia. Mas sim, o quanto aprendi com aquelas leituras. Como cada uma delas, principalmente releituras.

Peguei uma caixa de papelão e ali prometi enchê-la de livros para doação. A cada livro que pegava em minhas mãos, um misto de sentimento de culpa com gratidão me faziam colocá-los, um a um empilhados com carinho. Este nunca li, vou passar adiante. Este eu já li, vou passar adiante…

E assim fui enchendo a caixa. Livros intocados, expectativas, uma Camile com a qual já não me reconheço. E ali fui me vendo, como em frente a um espelho, as várias fases pelas quais passei. Mistério, magia, idiomas, história, literatura, empreendedorismo, autoajuda e muito mais. No fim, duas pilhas de livros estavam na minha frente. Não revisei, apenas coloquei em duas sacolas e deixei ao lado da porta da sala. Do que restou, fiz uma nova revisão. E, novamente, comecei a encher a caixa de papelão com alguns títulos que poderia vender ou doar a amigos.

Não vou mentir dizendo que fiquei com poucos livros. Não, eu ainda tenho muitos. Mas os que mantive dizem muito mais de mim, refletem o meu momento, minhas necessidades de estudos e sim, foram selecionados a dedo. Começando uma nova fase, um novo ciclo, preciso de livros melhores, acadêmicos, de bons autores. Para meu trabalho, mantenho minha biblioteca de yoga, filosofia, budismo… mas apenas de bons autores. Bons autores assim como amigos cujos livros possuem um cantinho especial em minha prateleira.

Olho ao meu redor agora e me sinto bem. Mais leve, melhor representada. A vontade de sentar-me no frio com minha manta, com um chá do lado e abrir qualquer um dos livros que me cercam só me faz ter a certeza de que sim, fiz a escolha certa.

Sobre os livros que doei? São poucos dos quais me lembro o título. Tenho certeza que serão muito mais úteis nas mãos de uma outra pessoa do que empoeirados sobre uma prateleira.

Daqui em diante me comprometo a comprar apenas bons livros, dos quais vou ler, reler e consultar sempre. Literatura pretendo comprar apenas pelo Kindle. Nada de aproveitar promoções de autoajuda, marketing, desenvolvimento pessoal etc. Nada contra, mas leituras de uma só vez serão feitas apenas pelo Kindle.

Estou mudando muito a minha forma como lido com um livro e aos poucos vou compartilhando ainda mais essas impressões por aqui.

E vocês, como lidam com seus livros? Têm apego? Leem em formato digital ou precisam ter o papel em mãos? Conte sua experiência!

Categorias: Bem-Estar

Meus produtos de cabelo cruelty-free e veganos

Recebo muitas perguntas sobre produtos cosméticos cruelty-free (que não testam em animais) e apesar de ter uma lista aqui no blog com o que uso e já usei e recomendo, resolvi fazer alguns posts falando de cada um deles por categoria. Vamos começar por cabelos, com o que estou usando no momento e o que ajudou demais na recuperação dos meus fios durante minha transição capilar.

Shampoo Sólido Cativa

Meus produtos de cabelo cruelty-free e veganos - Shampoo Sólido Cativa | Vida Minimalista #vidaminimalista Eu meio que torcia o nariz quando ouvia falar sobre shampoo sólido, em barra que não faz espuma. Nós temos uma tendência a achar que quanto mais espuma, mais limpo ficamos mas mesmo assim resolvi experimentar. Conheci esse shampoo da Cativa durante a feira vegana Veg Borá, no estande da Âme Ecostore (que já viraram amigos!) e confesso que eu simplesmente amo esse shampoo. Quem está acostumado a usar shampoo com sulfato, vai sentir diferença sim. No começo, como nossos fios estão muito carregados de petrolatos dos cremes que passamos e é difícil de tirá-lo, temos a sensação de que o cabelo continua sujo, de que a falta de espuma não limpou direito ou que tem alguma coisa de errado, mas a ideia é persistir na lavagem, pois aos poucos ele vai se livrando dos resquícios pesados e vai ficando bem leve – e cheiroso. Meus produtos de cabelo cruelty-free e veganos - Shampoo Sólido Cativa | Vida Minimalista #vidaminimalista Esse shampoo é de Extrato de Pitanga e 100% vegano, e vêm numa embalagem de papel e plástico (poderiam melhorar, pra ser lixo zero) mas no fim das contas, é melhor que uma embalagem tradicional de shampoo. A dica é separar o cabelo em 4 partes e começar passando o sabão na raiz, pra ficar bem limpo. Depois massageia bem no comprimento dos fios e enxague. Pronto, cabelo limpo! E pra falar a verdade, nem é tão necessário assim um condicionador, já usei sem e deu super certo. Mas vamos ao Yamasterol…

Yamasterol

Meus produtos de cabelo cruelty-free e veganos - Yamasterol | Vida Minimalista #vidaminimalista O amarelinho, tradicional! Yamasterol é da empresa Yamá, que é (e sempre foi) cruelty-free e vegana. Não contém parafina e nem silicones, o que é ideal pra ser usado em conjunto com o shampoo sólido sem sulfato. Ele é multifuncional, dá pra usar como co-washing (lavar apenas com o creme), como condicionador, máscara hidratante (nunca usei assim, mas tem quem goste) e creme para pentear. Uso muito como condicionador (deixando dentro do box) ou pra pentear, na bancada do banheiro. Meu cabelo se deu super bem com ele.

Leave in (Chá Dao)

Meus produtos de cabelo cruelty-free e veganos - Leave in Chá Dao | Vida Minimalista #vidaminimalista Em uma das feiras veganas que fui aqui no Rio de Janeiro, conheci o Chá Dao, que na verdade é especializado em vários tipos de chás – foi lá que comprei também meu paninho pra coar suco verde. Esse leave in é feito de óleo de mamona (rícino), de amêndoas e lavanda. Depois de um tempo percebi que é super fácil de fazer, basta ter os 3 ingredientes e colocar em um potinho de vidro com essa bombinha e reaproveitá-la futuramente quando acabar. Mas a compra valeu, pois eu ainda não conhecia e não sabia que era tão bom pro cabelo. 🙂 Dica às cacheadas: coloque uma gota do leave-in na palma das mãos, esfregue bem e amasse as pontas do cabelo pra ativar os cachos. Tenho feito isso sempre que quero cachos mais definidos e isso ajudou demais na transição capilar quando eu estava com a metade do cabelo cacheado e a outra metade ainda com química.

Óleo de coco

Meus produtos de cabelo cruelty-free e veganos - óleo de coco | Vida Minimalista #vidaminimalista Não é um produto comprado com a finalidade cosmética, mas gosto muito de fazer umectação com ele. Pra separar o óleo que uso na cozinha do que uso no cabelo e pele, arrumei um potinho com tampa e deixo no armário do banheiro, assim fica mais fácil e prático usar sempre que preciso. Falei mais sobre a umectação nesse post aqui.

A diferença da quantidade de produtos cosméticos que uso no meu dia-a-dia mudou demais. Antes eu tinha tantos produtos que chegavam a perder a validade por não usá-los. Agora, ainda que eu goste de testar e conhecer produtos veganos e quando possível, orgânicos, mantenho o que eu realmente uso no momento. A dica pra quem quer reduzir é fazer uma limpeza do que não usa tanto e passar pra frente, doar pra amigos e família. Mantendo apenas um produto de cada, conseguimos prestar mais atenção se é bom ou não, além de termos a possibilidade de decisão na hora da próxima compra. Com a consciência de uma compra de cada vez, conseguimos ser mais seletivos e levar pra casa apenas aquilo que combina de verdade com nossos princípios. É muito importante termos em mente que minimalismo não é reduzir o consumo baseado na quantidade, mas reduzirmos nosso impacto no planeta. Pensarmos em alternativas, empresas que REALMENTE estão preocupadas com a sustentabilidade é um passo muito importante nessa jornada.

E você, tem algum produto pra indicar aos outros leitores que sejam de empresas conscientes?

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