Categorias: Comportamento, Redes Sociais

Quanto vale o seu like?

Quanto vale o seu like? | Blog Camile Carvalho

Durante muitos anos, ainda quando eu cursava Especialização em Mídias Digitais, fui uma pessoa crítica e observadora do comportamento humano diante das Redes Sociais. Os anos se passaram e acabei mudando meu foco pra outro objeto de estudo. Depois de passar 2020 afogada em crises de ansiedade, segurando o celular para onde eu ia e checando as redes sociais de 5 em 5 minutos, percebi que apesar de todo o contexto de pandemia somado a outros motivos pessoais, eu não estava fazendo um bom uso das redes sociais.

E era sempre o mesmo: um minuto de pausa era o suficiente para pegar o celular, abrir o instagram e rolar o feed distribuindo curtidas a cada foto que eu via passar. Sim, eram fotos bacanas, eram pessoas queridas… Mas o que, de verdade, significa curtir uma foto? Que mensagem eu estava passando pra pessoa? E para mim?

  • A maioria dos likes são vazios.
  • São apenas um check de que passamos por ali.
  • Apenas um sentimento de aprovação, talvez… tal aprovação que o produtor de conteúdo espera.
  • Quanto mais likes, melhor.
  • Se eu tiver muitos likes, fui aceito. Fui validado.
  • Mas se eu não tiver muitos likes… meu post foi um fracasso.

Na pior das hipóteses, EU sou um fracasso.

Mas, entre mudanças de algoritmo das redes sociais (que faz sua foto aparecer pra pouquíssimas pessoas) e a vontade de mostrar nosso conteúdo, qual seria a solução? Talvez, um uso com mais intenção das Redes Sociais. Uma navegação desacelerada, consciente e de fato estabelecendo um contato com a pessoa que postou o conteúdo e que você admirou. Um tempo reservado apenas pra isso, como tiramos um tempo pra desfrutar de um livro. Estabelecer conexões reais. Seguir pessoas com as quais queremos estabelecer tais conexões. Seletividade…

Eu estou iniciando esse movimento por aqui. Pela minha saúde mental e pela valorização do conteúdo das pessoas que sigo. Se você leu até aqui, me conte sobre seu comportamento com as redes sociais. Você costuma apenas rolar o feed deixando likes ou gosta de estabelecer conexões mais profundas com quem segue?

Categorias: Reflexões

O que Junho me ensinou?

Camile Carvalho | O que junho significou pra mim no inverno?

Junho foi um mês especial. Com o ápice do Inverno (sim, o solstício, na verdade, é o ápice e não o início da estação como falamos no ocidente), muitas revelações aconteceram pra mim.

Sempre tive uma conexão muito forte com os ciclos da Terra e por um período da minha vida havia perdido essa sintonia. Olho pra isso sem culpa, ressignifico como fazendo parte do meu processo cíclico de aproximação e afastamento, contração e expansão, lua e sol…

Mas os invernos pra mim têm um significado muito especial. Com esse chamado de recolhimento e reflexão, sinto-me mais intuitiva. Falo menos, escuto mais, escrevo mais, leio mais… Penso, reflito, me acolho.

É nesse período também que minha reforma íntima está no ápice e, por inúmeros motivos, voltei a sintonizar e conectar com meus Mestres Espirituais.

No momento do caos, foi difícil aceitar que era preciso pausar. O ego não me permitia abandonar algo que me era tão importante. Mas foi necessário. Hoje, ressignificando muitas coisas no campo espiritual e religioso, me vejo enxergando a situação de uma outra forma. Como uma espiral, voltamos ao mesmo ponto, mas em uma nova posição.

O que é cíclico sempre nos faz retornar, mas a cada volta, mudamos.

Sempre que voltamos àquele ponto, já somos uma outra pessoa.

Gratidão, Junho, por ter me reconstruído das cinzas. Depois de jogar tudo pro alto, catei apenas os caquinhos que me eram importantes e me reconstruí, deixando pra trás aqueles que não se encaixavam mais em mim.

O que Junho significou pra você? Como você se sente nos períodos invernais de recolhimento?

Categorias: Foco

Eu não consigo mais ler (e a solução para isso)

Eu não consigo mais ler.

Essa foi a constatação que tive ao tentar voltar à minha “vida normal” de leituras, estudos e aprendizados. Mas foi em vão.

Tentar voltar ao que era antes é sempre frustrante. Já repararam que nunca conseguimos ser o que já fomos? Mesmo que forcemos as coisas, tudo é diferente, assim como está sendo agora.

Durante o buraco negro que passei, era impossível ler meus livros, fazer as coisas que eu gostava e viver como se nada tivesse acontecido. Mas aqui estou, pronta pra voltar aos meus antigos hábitos, mas com certa dificuldade.

Talvez não seja pra voltar como antes, mas sim transformar e fazer de forma diferente. Vou explicar sobre a leitura.

Estou com déficit de atenção. Palavra bonita, que poderia simplesmente ter sido substituída por “leio um parágrafo, não lembro sobre o que li e abandono o livro”. E isso vêm me irritando, pois com a vontade de concluir os livros abandonados, veio também a pressão de ler tudo de uma vez. Como se eu estivesse em uma gincana na qual ganho o prêmio se mudar o status para concluído no meu Skoob.

Definitivamente, esse meu pensamento não estava funcionando, até que tive a brilhante ideia de ler apenas um por vez. E degustar, com calma, cada palavra, cada ensinamento… o tal do movimento Slow Reading (ler com calma). E então comecei por um livro que abandonei ano passado, mas que estava bastante animada com a leitura: How to Make Smart Notes, de Sonke Ahrens.

Além de estar organizando toda minha vida no Notion (assunto pra um outro post), criei uma espécie de biblioteca lá também, onde registro meus livros lidos e os que quero ler. A ideia é ter um banco de todos os livros que eu ler a partir de agora, com anotações, informações importantes (já parou pra pensar que raramente sabemos a cara do autor?) e divagações sobre a leitura que estou fazendo no momento.

Como anoto livros no notion

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Estruturei a página de cada livro do Notion pra que tenha um espaço pra foto do autor com seu nome, a estrutura do livro (capítulos) e minhas anotações. Se for livro físico, leio na minha bancada com meus marca-textos e lápis pras anotações. Se for digital, leio no mesmo lugar, com uma postura de estudos. E será um livro por vez. Apenas um.

Coloquei a meta da minha “gincana mental” de que, ao invés de ter o compromisso de concluir todos aqueles livros que abandonei, vou pegar cada um deles, reler, mergulhar nele e fazer um bom proveito.

Claro, cada um tem seu melhor jeito de leitura. Já fui aquela que lê muitas coisas ao mesmo tempo mas hoje não está sendo possível. Amanhã tudo pode mudar, mas uma coisa que aprendi (à força) é viver como o hoje permite.

Se você também está com dificuldade de atenção e não consegue ler como antes, experimente se comprometer mentalmente apenas com um livro. Pegue o que mais te motiva no momento e faça uma leitura lenta, profunda, anote as ideias como se você só tivesse aquele único livro na vida. Mudar meu relacionamento com o livro me ajudou bastante na concentração e claro, motivação pra voltar ao hábito da leitura. Agora, em modo mais slow, sem pressa, mastigando 10x cada palavra.