É muito comum, com as facilidades da tecnologia e das redes sociais, que pessoas se agrupem por afinidades e não mais apenas por disposição física. Antes, um grupo de artesanato da Zona Sul do Rio de Janeiro, por exemplo, se reuniria em um local próximo, mas hoje já encontramos blogs sobre o assunto, com leitores do mundo inteiro. Quebramos os limites do físico e podemos espalhar nossas ideias ao mundo, a quem agradar.
Este é o exemplo do minimalismo como filosofia (ou estilo) de vida. Começou com um pensador ali, outro aqui, olhares tortos, críticas, experimentações e hoje podemos notar que se tornou um movimento grande, presente em vários continentes. Alguns são mais austeros, outros se cobram menos, mas a ideia de viver de uma forma simples, com o suficiente, tem mudado a relação de consumo de muitas pessoas.
Com isso surgem grupos para trocas de ideias, blogs, livros sobre o tema e assim é formada uma grande comunidade que defende o que acredita. Quem opta por esse estilo de vida, pode perceber os benefícios de se viver uma vida mais simples, se livrando do que não é importante, temos a tranquilidade de organizar a casa em menos tempo, de ficar em dia com nossos compromissos e também, de perceber o quanto nossa vida mudou para melhor.
No entanto, o fato de nossas vidas terem mudado para melhor, não significa que somos melhores do que aqueles que não vivem o nosso estilo de vida. Ser minimalista não significa pertencer a uma comunidade elitista, fechada, muito menos menosprezar aqueles que não veem a vida com o mesmo olhar que nós. É muito comum recebermos críticas por nossas escolhas, assim como é comum criticarmos quem não nos compreende. É importante pensarmos sempre que o que é bom para mim, pode não ser para o outro, e isso se aplica em tudo, desde modo de pensar, alimentação até mesmo religião.
Não existe nós (minimalistas) e os outros (resto). Fazemos parte de uma grande comunidade com diversidade de pensamentos, modos de viver e bagagem cultural. E essa riqueza cultural é o que nos torna belos e únicos. Devemos tomar muito cuidado, pois cada adepto ao minimalismo é diferente do outro. Eu penso de uma forma e cada um que me lê, pensa de maneira diferente. Não faço parte de uma corrente de A ou B, muito menos possuo ídolos minimalistas. Certa vez vi, em uma frase de facebook, algo que gostei bastante que dizia: “Não adianta fazer yoga, se não cumprimenta o porteiro“. E isso se encaixa muito com a mensagem que eu quero passar a todos vocês: O fato de eu ser hoje uma pessoa melhor do que ontem, não significa que eu seja melhor do que aquele que não partilha da mesma opinião que eu.
Conviver com pessoas não adeptas (ou até mesmo contrárias) ao minimalismo pode ser sim, uma grande dor de cabeça. Mas com muita sabedoria e paciência, podemos mostrar que viver assim nos faz bem. Podem nos chamar de malucos, de avarentos, do que for, mas no final, de quem é a vida que vivemos? Quem levará consigo toda essa experiência de vida? Eu sei que é muito difícil, mas se encontramos um modo de viver que nos faz bem, devemos mostrar através do nosso próprio exemplo, àqueles que são contrários ao que pensamos, sem pregar, sem querer impor e principalmente, sem nos fecharmos a um grupo. Ao contrário, devemos nos abrir e deixarmos que naturalmente percebam o porquê de nos sentirmos melhores. É difícil, mas bater de frente apenas causa desgaste emocional com algo que deveria recarregar nossas energias.
“O segredo é não caçar borboletas e sim, cuidar do jardim para que elas venham até você.”
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Muito bom! Confesso que eu mesmo tendo a pensar que todo mundo que não é minimalista não sabe viver. Isso é claramente errado.
Tenho convicção de que o mundo seria melhor se fosse mais simples, mas posso me considerar superior a quem pensa diferente.
Correção: NÃO posso me considerar superior.
Concordo com você, Adair, também penso que o mundo seria melhor se fosse mais simples, mas não podemos bater de frente com quem acha diferente, mas sim, mostrar através do nosso exemplo de vida. 🙂
Parabéns! Creio que resume bem e objetivamente o minimalismo como opção de vida e não como oposição à outras vidas. O mundo é um só para todos, cada um viva da melhor forma possível e vamos aprender uns com os outros.
Isso mesmo, Antonio, temos que aprender uns com os outros, afinal, ninguém é o dono da verdade!
Gostei MUITO da sua reflexão, Camile. Acho que o que nos torna melhores todos os dias é o aprendizado que tempo, especialmente com as diferenças! 🙂
Abraço!
Vivendo e aprendendo, é através das nossas experiências que melhoramos a cada dia. 🙂
Camile,
Adoro seu blog, estou aqui sempre lendo apesar de nunca comentar. Acho que devemos respeitar todos os tipos de pessoas independente de serem como nós ou não. Eu estou destralhando e procurando uma vida simples mas sei que nem todos ao redor sao capazes de entender isso.
Aproveito pra perguntar se você não teria mais blogs ou livros para sugerir sobre vida simples, minimalismo…acho tão dificil encontrar bons conteúdos pra ler e me inspirar…fica até sugestão como post.
Destralhar é o primeiro passo, mas infelizmente nem sempre convivemos com pessoas que nos compreendem. O mundo está em outra lógica, o do consumo e acumulação, mas aos pouquinhos conseguiremos nos encaixar melhor sem bater de frente com os outros.
Obrigada pela sugestão de post, já está anotado. 🙂
Camila,
Acabei de conhecer o seu blog e percebi que temos muitos pensamentos em comum. Adorei a forma com que você fala sobre o minimalismo e que fundamenta as suas ideias e opiniões. Muito bom trabalho!
Olá, Fe! Fico feliz que tenha gostado! é muito bom encontrarmos pessoas que pensam como nós, não é?
Seja bem vinda e volte sempre, qualquer sugestão é só falar! 🙂