Categorias: Comportamento

Amor próprio

É muito difícil colocarmos em prática aquela famosa frase que diz que devemos primeiro nos amar, para depois amarmos aos outros. Na prática, temos tantas falhas, defeitos e insatisfação com nosso próprio corpo, sentimentos e atitudes que acabamos buscando no outro um complemento de nossas fraquezas.

Tendo clareza do que nos falta, acabamos depositando no outro expectativas de tampar aquele buraco que temos, aqueles defeitos que não sabemos como lidar e acabamos acreditando piamente que o outro nos completa.

Quantos relacionamentos não são assim? Quantas vezes pensamos que não sabemos viver sem o outro? Que sem determinado amigo/parente/namorado faltará uma parte de nós? Será que devemos mesmo depositar toda essa responsabilidade em outra pessoa, como se fôssemos incompletos?

Pode parecer egoísmo, mas cultivar o amor próprio – embora seja uma tarefa um tanto árdua – é essencial para um bom relacionamento. No momento em que temos a certeza de que não precisamos de ninguém para sermos felizes, de que podemos seguir tranquilamente nossos caminhos sem depender do outro, aí sim, estamos prontos para caminharmos juntos, dividir experiências e juntar as escovas de dentes.

Um bom relacionamento não é aquele no qual há a dependência, mas sim, aquele no qual há a soma, a amizade e o companheirismo. Jamais devemos ver no outro um ponto de apoio para nossas fraquezas, devemos sim, estarmos fortalecidos para uma troca de experiência, uma caminhada na qual todos se beneficiem e que possam, juntos, ter um propósito maior.

Amor próprio é a palavra-chave. Devemos cultivar nossas qualidades, sermos gratos por quem somos e valorizarmos a nós mesmos. Tentar transmutar o que há de ruim em algo bom e aprender com erros passados apenas nos torna mais fortes para enfrentarmos desafios futuros. Um relacionamento saudável é aquele no qual não há dependência um do outro, mas sim, união, soma e vontade de crescer juntos, sem que o outro se torne apenas uma bengala. Afinal, bengalas podem quebrar, causando mais transtorno àqueles que veem no outro apenas um ponto de apoio, e não um parceiro para uma nova jornada.

E você, está em paz consigo mesmo ou depende do outro para ser feliz? Vamos nos fortalecer para, em vez de necessitar do outro, distribuirmos amor? Afinal, um relacionamento saudável é aquele que soma forças e não fraquezas.

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8 comentários

  1. Senti que quando comecei a desenvolver amor próprio (que é bem diferente de egoísmo) eu comecei a sentir e viver as pessoas de uma maneira muito melhor, até mesmo o altruísmo sem esperar nada em troca. E tem uma coisa que eu adoro fazer: sair comigo mesma, para conversar, para ler, para passear… Tem muita gente que não entende e acha estranho, mas é sempre esclarecedor tirar esse momento pra gente, né.

  2. O maior erro das pessoas é esperar sempre que o outro nos faça feliz. A gente tem que aprender que a felicidade vem de nós e que precisamos nos amar antes de amar ao próximo, pq só amando a si mesmo a gente sabe como doar o nosso amor. Eu aprendi isso muito cedo, graças à minha avó que sempre falava que eu precisava gostar mais de mim do que de qualquer outra pessoa e isso não me tornou egoísta, apenas fez com que eu entendesse que se eu não estiver me amando eu não terei condições de amar ninguém. 🙂

  3. Acho que esse é um dos maiores erros que as pessoas cometem nos relacionamentos, sabe? Depositar expectativas demais na outra pessoa e criar dependência. É ótimo ter alguém com quem contar, pra estar ali do lado, dando apoio. Mas não dá pra viver dependendo disso. Por mais que uma pessoa te complete de alguma forma, isso não é motivo para depender totalmente dela, tendo ali a segurança de que, caso falte alguma coisa, sempre vai ter alguém pra suprir. A única coisa que nasce desse tipo de situação é a insegurança. E isso não leva ninguém a lugar nenhum. Como você mesma disse, um relacionamento saudável é aquele que soma forças, não fraquezas.

  4. Li uma vez em algum lugar: “É preciso coragem pra ser feliz”
    E realmente é assim, ser triste é “fácil” é deixar a vida nos atingir, é se deixar no chão e não tentar levantar, ser feliz é difícil, precisa de força de vontade, de coragem pra levantar, é preciso coragem pra ter amor próprio.
    Gostei muito do seu post Camila, inspirador,
    Beijos

  5. Olá Camile!
    Sou uma seguidora do teu blog já há algum tempo e agradeço porque me tem inspirado muito na minha jornada de procurar ser feliz com menos / de uma forma diferente (apesar de ainda ser um percurso muito no inicio!).
    Gostei especialmente deste post sobre o amor próprio.
    Considero que tenho e cultivo amor próprio, e que estou em paz comigo mesma. No entanto, apesar desse ser o meu estado de espírito na maior parte dos dias, há outros em que a pressão que a sociedade gosta de fazer sobre o caminho que acha que devemos seguir, me faz questionar a caminhada que ando a traçar.
    Depois sinto-me ridícula por deixar que estes tipo de situações abalem a minha confiança…e volto a cultivar toneladas de amor próprio para me manter fiel naquilo que me proponho.
    Porque sei que só sendo cada vez mais eu, posso ser cada vez melhor pessoa para as pessoas que estão à minha volta.
    A luta não é fácil, mas continua 🙂
    Beijinhos de Lisboa