Este fim de semana foi um pouco diferente do normal. Tive uma enxaqueca com aura terrível que começou na sexta-feira e se estendeu até o sábado à tarde. No princípio, achei que era apenas uma dor de cabeça normal por ter bebido pouca água ou por ter ficado até a madrugada trabalhando no computador pra entregar algumas peças de divulgação que eu precisava fazer. Mas não foi algo simples e só me dei conta no sábado mesmo, quando precisei faltar à missa (eu canto na missa!) pois mal conseguia abrir os olhos.
Eu tenho um tipo de enxaqueca que é um pouco diferente, apenas 25 % das pessoas têm. Há pessoas que sentem a dor e ficam por dias, disparadas por algum evento específico, como o alto consumo da cafeína, estresse, má alimentação e tantos outros catalogados. A minha enxaqueca é diferente, porém toda organizada (até isso combina comigo). Ela segue o seguinte padrão:
As fases da minha enxaqueca com aura
1 // Aura: o primeiro sinal da minha enxaqueca são os estímulos visuais. Geralmente estou lendo algum texto e percebo que o centro fica embaralhado ou com uma mancha escura, não me permitindo ler. Só consigo com a visão periférica. É como se o centro estivesse vibrando. Sempre começa com um ponto pequeno no centro e vai crescendo. Houve uma vez em que eu enxergava uma espécie de mandala girando no centro da minha visão, que cresceu até tomar conta da minha visão total em aproximadamente uns 10 minutos. Quando tenho isso, já sei que devo tomar o medicamento, me recolher pra um quarto escuro e fechar os olhos, esperando pelas próximas fases.
2 // Dormência no rosto, braço e mão: assim que o estímulo visual encerra, começo a sentir dormência em um único lado do corpo. Em geral é no lado direito. Não sinto meu rosto, minha pálpebra, o lado do meu lábio, meu braço e mão. Zero sensibilidade. Fico por alguns minutos com essa sensação e, aos pouquinhos, vou voltando a sentir o meu corpo. Quando penso que, enfim, estou melhorando…
3 // A dor de cabeça: e ela vem como uma pancada. BOOM. Do nada, ela inicia e a dor é insuportável. Nesse momento tudo que preciso é ficar no quarto escuro, olhos fechados e tentar dormir. Acho que o medicamento que tomei lá na fase da aura começa a fazer efeito e me dá sonolência. Certa vez, nessa fase, comecei a embaralhar a fala, por isso sempre prefiro dormir.
4 // Ressaca: assim que a dor passa, e ela vai embora do nada, assim como chegou, ainda tenho sensibilidade quanto à claridade. E isso dura por alguns dias. Geralmente sinto dificuldade de enfrentar uma tela de computador, de me concentrar, de participar de atividades… é como uma “preguiça”. Sabe aqueles dias em que estamos exaustas mas ainda temos uma aula à noite e a mente não consegue acompanhar nada, só estamos “existindo”? Fico um pouco assim, apenas “existindo” nos 2 ou 3 dias seguintes.
Periodicidade
O mais estranho da minha enxaqueca é a periodicidade. Tenho notado que os episódios ocorrem a cada 4 anos. Sei disso pois sempre compro uma caixa do medicamento e anoto a data da crise nela. Quando tenho a próxima, o medicamento já está fora da validade e preciso comprar outro. Porém, neste ano é a terceira vez que tenho crise e isso indica que algo não está muito bem com a minha rotina.
Quis escrever esse relato sobre a minha enxaqueca pois a primeira vez que tive, fui pra emergência do hospital por não estar sentindo o meu lado direito do corpo. Lá fui diagnosticada com enxaqueca e medicada. Isso foi por volta de 2005 e eu não conseguia achar informações em lugar nenhum sobre os sintomas visuais. Relatando aqui, talvez esse conteúdo seja útil pra alguém que também, sofre com as bolinhas piscantes antes da cabeça explodir.
Comente aqui abaixo se você tem ou conhece alguém que tem enxaqueca. O que você costuma fazer quando a crise chega?
Eu tô muito chocada com os sintomas, porém aliviada que você tem essa consciência sobre seu corpo e sabe quando se resguardar. Auto-cuidado é tudo, né? Queria dizer que estou amando seu espaço: o blog traz leveza e claridade, uma sensação de paz. Bora juntas nessa blogosfera <3 #bringblogsback
Eu tenho um processo de enxaqueca parecido. A aura vem, e tenho cerca de 30 minutos para tomar o remédio (não vou dizer o nome por questões éticas, mas só ele funciona pra mim). Tomando nesse período, eu consigo barrar a dor, que viria logo em sequência. De qualquer forma, com dor ou sem dor, vou ficar incapacitada algumas horas, provavelmente dormindo no quarto escuro. Eu tenho a sorte que meus episódios duram apenas 1 dia. Ok, não estou 100% no dia seguinte, porém minimamente funcional. Na adolescência chegava a ter crises mensais, que pareciam relacionadas à menstruação. Na vida adulta espaçaram muito, mas vez ou outra acontece. Desconfio que seja extremamente ligado à alimentação + processos emocionais. Parece ter algo de genético, porque minha filha teve crise também – um susto enorme, porque ela, criança ainda, tinha glaucoma e um grau altíssimo e um dia simplesmente relatou não conseguir abrir os olhos. Eu imaginei milhares de coisas naquele instante, corri com ela para a emergência, mas foi uma crise de enxaqueca que ela não soube explicar (e quem culparia ela? É uma experiência louca quando se tem pela primeira vez…)
Aproveitando que estou aqui, você não sabe a felicidade que tive quando você voltou a aparecer no meu feedly. Eu sinto imensa falta dos blogs. Estava me sentindo órfã. Que bom voltar a lê -la!
Olá! Tenho 60 anos e desde criança tenho enxaquecas. Minhas crises vem com auras e bem comportadas. Seguem a seguinte sequência: Sei que vou ter enxaqueca, fomo uma premonição. Sinto em minha mente mas sempre tento disfarçar. Após vem o cheiro. O gosto na boca. A seguir a luzinha acende e perco metade da visão. Após, vem a dormência na língua e no braço, e depois a insuportável dor que pode ser encima da sobrancelha direita ou pegar esta área com a tempora. E depois de algumas horas ela já tomou conta do lado direito da cabeça até o pescoço. E me dominou. Tudo que quero é ficar em quarto escuro sem som e quieta ouvindo ela me machucar. Não tenho fome, o que na maioria das vezes vem precedido de náuseas e vômitos. Mesmo tomando Sumax, não passa no primeiro dia. E fico esperando melhorar por 3 dias fazendo uso do sumax. Se dou sorte no 4 dia começo a sentir que vai passar, mas se não, no 5 dia vou para o hospital tomar um coquetel para dor. E já perdi de 3 a 4 kilos neste jejum forçado. Tenho predisposição à trombose e há alguns anos atrás, descobri um médico falando da relação das enxaquecas com o metilfolato.
Atualmente tomo metilfolato e se antes eu tinha 3 enxaquecas por mês, hoje tenho 1 de 3 a 4 meses. Estão espaçadas. Eu me sinto curada. Bendito este médico que apareceu em minha Internet. Deus o abençoe!
Eu comecei a ter agora com 61 anos.
Obrigado, pois não sabia o que era as luzes piscantes tipo flesch
A primeira vez que tive um episódio de enxaqueca com aura foi em 2006, começou com um borrão na minha visão e eu não sabia, achava q estava ficando cega, eu era uma garota de 13 anos e contei pra minha mãe, desde então sempre tenho episódios, um ou dois por ano, as vezes com cefaléia, as vezes sem. Teve uma época q tive episódios praticamente diários, foi quando descobri que não poderia tomar AC. sintorepulsa a luz forte, como se eu soubesse que vou ter uma áurea. Já faz mais de 15 anos e é sempre no período de TPM.
também tenho isso é horrível é uma sensação de morte
Muito obg por compartilhar isso aqui! A primeira vez que tive a alguns anos atrás, estava voltando de um passeio escolar, não conseguia entender o que estava acontecendo comigo, a visão com os pontinhos, maos e lábios dormentes, não conseguia falar, parecia que estava ficando LOUCA, meus pais foram me buscar e acreditavam que tinham me drogado.. foram dias difíceis, pois nem eu sabia o que tinha acontecido.. o tempo passou e depois de um ano tive os mesmos sintomas mas aí eu já sabia que iria me dar a crise novamente.. nunca vi ninguém que relatasse dificuldade para se expressar ou sentimento de estar enlouquecendo, é horrível da vontade de chorar, é desesperador.. tenho até vergonha quando tenho e estou perto de pessoas, logo em seguida vem uma dor de cabeça insuportável.