Muitos leitores me perguntam como se deve agir quando se convive em uma família não-minimalista. Como esse também é o meu caso, acho que posso ajudar um pouco. Ao longo dos anos meus pais acumularam de tudo um pouco. Papéis, eletrônicos, fitas K7, CDs e mais um monte de coisas que se eu for listar, não acabarei hoje.
Quando comecei no meu processo de redução de tralhas, causei uma série de transtornos aqui em casa. Reclamações de que eu estava me desfazendo de coisas importantes, preocupações em relação ao que eu estava jogando fora entre outras, e foi por esse motivo que decidi ir com calma, para que não houvesse um impacto grande na família. Assim fui me desfazendo aos poucos do que não me servia mais, brinquedos da minha infância (sim, minha mãe guardava – e ainda guarda alguns até hoje), roupas que não me cabiam mais, reciclei sacolas e mais sacolas de lixo, enfim, reduzi o que pude dos meus pertences, sem interferir em nada nos objetos da família. Como foi uma decisão minha, eu tive a consciência de que deveria apenas tomar essa decisão com o que era meu.
Para minha surpresa, meu pai um dia me chamou pra acompanhá-lo até a instituição que faço as doações, pois eles haviam separado algumas sacolas de doações e jogado muito lixo fora. Foi aí que percebi que não adianta impormos nosso pensamento aos outros, mas devemos inspirar através do exemplo. Acredito que a melhor forma de falar à família e amigos sobre o minimalismo é através das nossas ações, mostrando como nos tornamos uma pessoa melhor ao aderir a esse estilo de vida (não só o minimalismo, como qualquer outro estilo de vida). Atualmente, minha mãe está inspirada a “dar um jeito” na casa, se desfazendo do que não nos serve mais a fim de ajudar a quem precisa e de tornar o lar um ambiente mais agradável.
Como conviver com não-minimalistas
1. Livre-se apenas dos seus pertences. Se a decisão é sua, não interfira nas posses dos outros. Ninguém é obrigado a viver no seu estilo de vida, cada um tem seu tempo e devemos respeitar a opinião de todos.
2. Não convença, demonstre. Quando nos tornamos pessoas melhores ao aderirmos a determinado estilo de vida, acabamos inspirando àqueles que estão ao nosso redor.
3. Seja determinado. Se é isso o que você quer, não se deixe influenciar por possíveis conflitos. Cada um tem que respeitar o espaço do outro, e você tem que estar seguro do que quer.
4. Seja flexível. Embora no item acima eu tenha falado pra ser determinado, isso não significa que não tenha que ser flexível. Determinação é uma coisa, teimosia é outra. Saiba ouvir opiniões alheias para não se tornar radical. Saiba dialogar e questionar. Saiba ouvir a opinião dos outros e, com sua determinação, demonstre seus motivos da escolha do novo estilo de vida.
5. Não seja radical. Muito tenho visto nos blogs minimalistas sobre o radicalismo. Pessoas que possuem apenas determinada quantidade de itens, outras que vestem apenas uma roupa por ano, ou que prometem não comprar nada durante um ano, como a blogueira Marina. Admiro muito quem consegue tomar tais decisões, mas nem todos conseguem. Portanto, se você sabe que essa é uma realidade muito distante, comece devagar, no seu ritmo. Você não precisa doar um caminhão de roupas num final de semana, mas pode doar 5 peças. O importante é começar de alguma forma! 🙂
Não deixe de fazer por achar que é pouco, ou que nunca vai conseguir alcançar sua meta. Caminhe, mesmo que a passos curtos, pois ficando parado ninguém chegará a lugar algum.
Oi, Camile!
Estava com saudades dos teus posts! Realmente cada um tem o seu tempo, quando se faz arrumações coletivas sempre tem contradições sobre se desfazer ou não de algumas coisas…. tsc tsc…
Beijos,
Cristina
É verdade, Cristina! Aqui em casa cada um quer guardar uma coisa e no final acaba que um fica com pena do que o outro vai se desfazer, por esse motivo o melhor a fazer é arrumar e decidir sozinho. 🙂
Também estava com saudades do blog e de vocês, mas já estou de volta! =D
Oi Camile! Me senti honrada de ser citada como exemplo de minimalismo, mas eu mesma não me considero exatamente uma minimalista muito frugal apesar do desafio extremo de ficar um ano sem compras. Você já está na lista dos que estão sem comprar, viu?
Gostei das dicas sobre como conviver com pessoas não-monimalistas. Aqui em casa isso foi bem complicado quando eu resolvi me livrar da tralha… como é que a gente faz quando as tralhas são nossas e do ser amado? Uma coisa é na casa dos pais onde as nossas coisas ficam no nosso quarto, mas e para quem mora junto ou é casado e quer fazer AQUELA faxina nas tralhas de cozinha, na bagunça do quarto de despejo, etc. mas divide todos esses objetos com outra pessoa? Por favor, dê dicas para nós mulheres apaixonadas que querem viver com menos mas desejam manter o relacionamento!!! KKKKK!!!! Grande abraço!
Oi, Camile! Cheguei aqui por um link que deixou no “luz” um tempo atrás e fiquei em dúvida se é quem estou pensando que seja, porque tudo mudou, não é?
Tomei a decisão de me desvencilhar do superfluo da minha vida quando tive que retornar a casa da minha mãe após o seu falecimento para me desfazer de suas coisas. Minha irmã pediu para que fosse primeiro e escolhesse aquilo que queria doar e o que quisesse para mim. Mesmo as coisas mais queridas para mim, não cabiam em minha vida e foi muito difícil ter que me desfazer. Logo depois imaginei alguém que amo ter que fazer o mesmo por mim e decidi, definitivamente é muito triste ter que se desfazer das coisas de quem amamos e não quero isso para ninguém. Já pensou, a sua mãe ter que se desfazer das suas coisas, acaso você morra antes dela? Não é a lei natural da vida, mas as vezes acontece. Hoje minha casa é muito mais fácil de limpar e vivo sem apego a objetos e tralhas.
Bom fim de semana!! Beijus,
Oi Camile, obrigada pela visita no Torne Simples, apareça sempre! :))
Me identifiquei muito nesse post, passei pelas mesmas coisas. Realmente é difícil ser minimalista, desfazer de certas (muitas) coisas e conviver com pessoas que não são assim. Porém, o que você disse ao final do post resume tudo: “Não deixe de fazer por achar que é pouco, ou que nunca vai conseguir alcançar sua meta.” É isso aí!
ahh agora consegui comentar pelo blogger aqui!! Não tinha descido a página.
http://tornesimples.blogspot.com
um abraço
Esse Blog tem personalidade….os comentários, as trocas de experiencia…mas sobretudo é uma delícia ler tantas informações valiosas. Para nós e para o planeta! Humanidade minimalista, Planeta Grande, saudavel e livre pra respirar! Parabéns. Não resisti…tive q escrever algo. Abçs, Sucesso!
Muito obrigada pelo carinho, Nando! Fico feliz em saber que mesmo tão distante continuamos com essa amizade tão bacana! Um grande abraço e continue visitando aqui meu cantinho. Beijos da sua sempre amiga, Camile Chandrika 🙂
Olá Camile, eu sou novo por aqui, mas vi que realmente seu blog tem muito conteúdo.
Recomendo os blogs do Leo Babauta (zen Habits) e The Minimalists do Joshua Fields Millburn & Ryan Nicodemus. Ambos são em inglês, mas se você não souber fluente pode sempre traduzir pelo google.
Eu tenho extrema dificuldade em controlar-me para não arrumar as bagunças dos outros. Quando chego em um lugar muito bagunçado ou atolado de tralha me sinto até mal, com falta de ar até.
Parabéns pelo blog, está muito bom mesmo. Eu iniciei um meu http://minimalhuman.wordpress.com/ que ainda está engatinhando mas estou fazendo com grande paixão.
Muito obrigada pelas dicas! O do Leo Babauta eu já conheço mas vou entrar pra conhecer os outros. Realmente bagunça demais faz mal, deixa o ambiente carregado, também me sinto assim. Não consigo entrar numa casa bagunçada, pior ainda quando está suja. Dá uma vontade enorme de sair correndo dali… ou de arrumar tudo!
Vou entrar no seu blog, lhe desejo muita sorte! A paixão é o que nos move atrás dos nossos objetivos. Abraços!
Eu acho interessante não acumular coisas desnecessárias, mas o ser humano é muito palpável, a melhor coisa para nós é tocarmos nela, vê-las e sentí-las e isso é bom, pr isso que até hoje guardo ursinhos de quando eu era criança, umas três peças de roupa…
Acho que quem guarda e guarda e não usa, é vazio pq naop tem carinho por aquilo, eu guardo mas eu tenho carinho por elas, ainda deixo meus ursinhos em cima da cama, e de vez em quando mexo nos meus brinquedos de criança e nas roupas, eles tem vida.
Se todos se desfizessem de tudo , hoje não teríamos museus para nos mostrar o que se usava antigamente.
Concordo com sua opinião, Carolina, sempre é bom guardarmos lembranças, embora não possamos acumular tudo. Uma coisa é guardarmos aquelas nossas melhores lembranças, brinquedos, fotos… outra é acumular socado num armário, sem nunca ter acesso, apenas pelo simples fato de guardar. Acabamos não aproveitando da recordação, tirando-lhes todo o valor e as reduzindo em “coisa entulhada”. Obrigada pela participação e volte sempre. =)
[…] Acontece. Assim como nós buscamos respeito, as outras pessoas também buscam. Não tente impor seus ideais a ninguém (e isso vale para qualquer comportamento, religião, filosofia, crenças em geral). Em vez de impor, viva a sua vida e pratique os seus ideais de forma que eles possam servir de exemplo e inspiração aos demais. Tudo o que fazemos com paixão acaba motivando alguém. A Camile pratica o minimalismo mesmo vivendo com seus pais e deu 5 dicas para quem também convive com não-minimalistas. […]
Oi, Camile!
Estou aqui olhando o seu blog página por página, post por post e pensando realmente em começar a mudar meu estilo de vida. Me deparei com esse post e pude me descobrir nele.
Acredito que minha mãe iria adorar. Mandei um link daqui pra ela e ela disse que deveríamos aplicar essas ideias nas nossas vidas, mas o meu grande problema é a convivência com a minha irmã.
Divido o quarto com ela e por isso acabo perdendo a vontade de me organizar. Ela não quer, eu não consigo. Não basta (na minha opinião) organizar apenas metade do quarto, sabendo que a outra parte vai continuar da mesma forma…
Você tem alguma dica pra mim?
Beijos e parabéns pelo trabalho por aqui!
[…] 3- 5 dicas para conviver com não-minimalistas – em Camile Carvalho […]