Diz-se que a religião é o ópio do povo, mas pelo que temos acompanhado, no momento quem assume esse papel é a mídia. Famílias inteiras enfeitiçadas em frente à uma TV acompanhando todas as novelas e telejornais apenas por não conseguir apertar um botão para desligar e fazer alguma atividade mais útil. Culpa de quem? Dos adultos? Das crianças? Ou seria culpa de todo esse planejamento da indústria do consumo formulada pelos Estados Unidos num momento de depressão econômica?
A cultura de massa não é uma consequência do acaso, mas sim de um planejamento minucioso, uma estratégia de venda para giro da economia. Massificar, padronizar e nivelar por baixo sempre foi a meta principal para se manter o poder sobre o povo. O telespectador precisa de um conforto, de uma satisfação e é exatamente isso que obtém durante a hipnose televisiva. Mas será que essa massa realmente é satisfeita?
A cada minuto estamos sendo bombardeados por informações e promessas de bem estar. A cada produto de comercial, outdoor e jornal, temos a nítida impressão de que não seremos felizes até adquirirmos o produto. A falsa promessa e a infelicidade é o que move a indústria de massa, que nos torna cada vez mais dependentes do consumo. Culpa de quem?
Vivemos como zumbis à procura de carne fresca, arrastando nossos corpos semi-mortos pelas ruas, sempre à procura de algo que nos traga a felicidade. Quando encontramos, realizamos que não fomos satisfeitos como prometido, e então surge uma nova promessa, que talvez seja a chave da felicidade, e entramos num círculo vicioso sem fim, cada vez mais cegos e vulneráveis ao despejo do lixo em nossas consciências.
O que falar das escolas? Como mudar essa realidade, se os próprios mestres estão também hipnotizados e presos nesse samsara midiático? Os pais, que deveriam salvar suas crianças desse mal que está corroendo, estão parados diante da TV assistindo reality shows. A quem devemos recorrer? À igreja? Sobre essa prefiro nem comentar.
A solução está na consciência de cada um, na própria reflexão. Não podemos ensinar o que não sabemos – nem o que não praticamos – e nesse caso, são os poucos que não se viciaram que possuem em suas mãos o dever de mostrar às cabeças de gado que há outras músicas, outros filmes e outros livros além dos que a mass media os faz engolir. Há uma outra realidade por trás da cerca e cabe a cada um ser seu próprio crítico e compreender que não é pecado exigir qualidade.
Não é pecado ser diferente, pensar e agir como um indivíduo e rejeitar o lixo que entra quase que por osmose em nossos poros. É isso que queremos transmitir às nossas crianças? O que realmente podemos ensinar de bom? Viver como vivemos? E por acaso temos controle de algo? Se queremos ensinar devemos, antes de tudo, experimentar aquilo que propomos.
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Gostei da sua prova. Existe um meio termo para se consumir “massa”? Ou você é contra totalmente?
Olá Camile!
De fato vivemos em uma sociedade de massas. Lá nos EUA, por exemplo, cerca de 70% da pessoas estão acima do peso! (Ahahaha)
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Brincadeiras à parte, vamos agora às vacas-frias:
Inúmeros fatores desencadeiam a cultura de massa. E a mídia, neste particular, funciona apenas e tão só como catalisador da realização social.
Enquanto podemos afirmar que a religião tem um fim em si mesma, a deduzir-se pela própria acepção do termo RELIGIÃO, o mesmo não acontece com relação à mídia.
A mídia, torno asseverar, constitui-se como instrumento a serviço dos anseios sociais. Por isso mesmo, não creio seja ela o ópio do povo, mas tão somente um “quer uma ajuda?” coletivo.
Não sou contra totalmente, pois sempre acho que o radicalismo também é um problema. Acredito que devemos andar pelo “caminho do meio”, com equilíbrio e consciência do que estamos fazendo. 🙂