Hoje celebramos o solstício de verão, o dia mais longo do ano. Um momento de renovação, um marco que realmente sempre fez sentido pra mim – muito mais que a virada do ano de 31 de dezembro pra 1º de janeiro, sendo muito sincera.
O dia mais longo do ano significa que o sol esteve presente por mais tempo, atingiu o seu ápice e, logo após esse momento, começa a decair, tornando os dias cada vez mais curtos, rumo ao inverno.
Nas culturas antigas, o Solstício de Verão é celebrado como o apogeu do Rei Sol, ao mesmo tempo em que é sua despedida para seu recolhimento, introspecção (outono) e em seguida, período de latência (inverno). Como nossas referências são muito baseadas nas culturas do Hemisfério Norte, este momento, lá, ocorre no meio do ano, enquanto que agora eles estão celebrando o Solstício de Inverno, que tem um significado oposto: em meio à latência e dormência do Rei Sol, hoje ele desperta e volta a reinar, motivo pelo qual em muitas culturas, mitologias e religiões, é neste período em que se comemora o nascimento de deus.
Mas, voltando ao hemisfério Sul, aqui celebramos o início do Verão. Mas vocês já pararam pra pensar que, se hoje é o ápice do reinado do sol, com os dias mais longos e que, a partir de amanhã já caminhamos rumo ao inverno, nós já vivemos várias semanas com o sol presente em nossos dias (e, principalmente, com o calor)?
De qualquer forma, hoje é um dia interessante. Para quem acredita, é um bom momento para revisar o ano, fazer novos planejamentos, escrever as intenções pro próximo ciclo (em vez de esperar a virada de 2024 para 2025, uma data civil), e se conectar com os ritmos da natureza, caso tenha havido uma desconexão em meio a tantos compromissos do cotidiano. Sentar-se, fechar os olhos e respirar. Sentir. Afinal, o que meu corpo está sentindo? O que, aqui no fundo, está acontecendo? Estou satisfeita com a direção da minha vida? O que eu posso fazer para melhorar?
Sei que a maioria das pessoas tem esse marco na virada do ano, e tudo bem! O importante é ter esse momento de reflexão, revisão e pausa para pensar em si. Mas sei também que muitas outras pessoas preferem outros marcos na roda do ano, outros marcos litúrgicos de acordo com suas crenças pessoais. Para mim, o que funciona mesmo, é sentir a passagem das estações do ano, ainda que aqui no Brasil (principalmente no Rio de Janeiro), não tenhamos as estações bem-definidas.
Depois de um dia de reconexão comigo mesma, de retomar coisas abandonadas no meio do caminho (oi, Índia!), de deixar de lado outras coisas que estavam me incomodando, ou atrapalhando um pouco a dinâmica do meu cotidiano em relação ao foco no que realmente importa, estou feliz em conseguir perceber, sentir e me reconectar com ritmos que estavam pulsando aqui dentro, mas que eu não estava exteriorizando por não compreender completamente. Acredito que nesses momentos, precisamos pausar e escutar aquela voz que está sussurrando em nosso ouvido, ou até mesmo gritando, mas que devido ao barulho externo sequer nos damos conta.
Que venha esse novo ciclo!
Agora me conta: você sente esses marcos temporais ao longo do ano mais relacionados ao calendário gregoriano, como a virada do ano, ou mais ligados aos ciclos da natureza? Quero saber um pouco mais sobre você!
obs.: estou pensando seriamente em fazer umas mudanças no blog. A princípio pensei em mudar o layout, a identidade visual… mas agora já estou pensando mesmo em mudar… de blog! Aguardem atualizações (ou não, pode ser que eu desista). 🙂