Esta semana escrevi lá no Twitter que talvez, quem sabe, eu estivesse pensando em voltar a escrever no blog. Sei que os últimos posts por aqui foram animadores: continuarei produzindo conteúdo, vou me esforçar para compartilhar as ideias mais aqui do que nas redes sociais, mas vejam bem, acabei deixando o espaço novamente entregue às moscas.
Mas de uma coisa eu posso falar: reduzi consideravelmente meu tempo nas redes sociais. Sim, eu consegui!
Eu sei que tudo anda meio obscuro no Brasil por causa das eleições, mas este não é o propósito deste post (sobre isso podemos conversar em outro lugar), e pra falar a verdade, estou sentindo demais essa energia da dualidade, dos ódios, dos excessos. Parece que tudo está transbordando e muitos estão agindo pelo medo. Sim, isso também me afetou.
Passei alguns dias com muita tensão. A ansiedade – que por muito tempo não batia à minha porta – deu as caras e cheguei a um ponto de sentir tudo muito preso no meu peito e garganta. Olhava ao meu redor e tudo que eu sentia era sufoco. Saía pras aulas do mestrado e pra dar minhas aulas de yoga e tudo parecia aliviar. Mas, era só chegar novamente em casa, que um alerta ligava e minha mente não conseguia descansar.
Nos últimos meses perdi o rumo. Caí numa onda de tentar me entender, de buscar minha identidade, e tudo que eu sentia era como uma bola de pingue-pongue, sendo jogada de um canto pro outro. Comecei a estudar Jung e isso ao mesmo tempo que abriu uma porta para um mundo encantado que eu não conhecia, também fez uma bagunça enorme na minha identidade.
Olho ao meu redor e tudo que vejo são livros, budas, incensos, velas, cristais e mais livros. Material do mestrado sobre a mesa aguardando que eu os estude. Prazos chegando ao fim. Uma viagem para a apresentação em um congresso chegando… e eu ainda me pergunto: quem sou eu, afinal?
Nesses dias de ansiedade, olhava para minha almofada de meditação zazen, ela olhava para mim e eu pensava que não, não queria meditar. Sabia que era o melhor pra mim naquele momento, mas não tinha vontade nenhuma. Até o dia em que me obriguei a sentar em quietude e fechar os olhos por 20 minutos. Sim, 20 minutos é uma eternidade quando estamos em meio a uma crise de ansiedade, mas algo que aprendi na meditação é que os primeiros 10 minutos são apenas um aquecimento, uma preparação da mente pra entrar na meditação. Fiquei 10 minutos… fiquei 20. O sininho soou com delicadeza informando o fim da meditação e a vontade que eu tinha era de ficar mais. E fiquei. Aproveitei. Ali era um espaço bom, ali eu estava bem. E fiquei mais uns minutos que acabei não contando.
Olho ao meu redor e percebo o que, de fato, está me incomodando. É TUDO isso que me acompanha. É todo esse peso, os objetos, os livros não lidos clamando por atenção. O excesso na decoração, a mistura de muita coisa que torna o espaço com a minha identidade, mas que talvez muito dali já não diga mais nada sobre mim.
Vida Minimalista.
Respirei fundo e lembrei-me de quando tudo começou. A criação do blog, a descoberta de que eu poderia sim, ter uma vida mais simples, livre dos excessos que me sufocavam. Sorri e percebi que estou entrando neste novo ciclo novamente. Tudo na vida é cíclico. Nos perdemos e nos encontramos. Temos a chave, temos o caminho para encontrarmos nosso centro. Basta apenas silenciarmos nossas mentes para que possamos escutar aquela voz interior que, muitas vezes fala suavemente, mas em outras, grita por socorro.
Desculpe, eu apenas estava tão ocupada ouvindo tudo ao meu redor que não lhe dei atenção.
Estou de volta.
Estive e ainda estou sentindo a mesma coisa. Uma falta de paz, uma sensação de incômodo. Nada satisfaz. O sono a noite não revitaliza, o alimento não sacia a fome, o banho não descansa. Busquei na academia e no exercício físico exaurir parte dessa energia negativa e isso tem ajudado. Recomeçar é fundamental. Te desejo boas energias!!!
Ana, eu estava me sentindo assim também, viu?
Aproveitei esse feriado pra fazer um retiro em minha própria casa. Li o livro “A Magia do Silêncio”, da monja budista Kankyo Tannier e me inspirei a fazer esse momento de silêncio. Foi muito bom! Meditei bastante, escutei minha voz interior e consegui controlar minha ansiedade. Às vezes parece que vai voltar, mas controlo a respiração, faço de forma consciente e melhoro.
As energias estão muito conturbadas e é fundamental que encontremos a nossa paz interior, senão, acabamos pirando!
Já experimentou fazer caminhadas ao ar livre? Aí onde você mora tem essa possibilidade? Entre em contato com a natureza, pode ajudar!
Beijos e muitas energias boas pra você também!
Nossa Camile..tenho lembrado muito do blog nos últimos tempos e passando por crises e algumas mudanças…e quando li seu texto …é um pouco o que estou sentindo: adificuldade de fazer o que “tem que ser feito” e de fazer também o que sei que me fará bem..e estava vindo para casa pensando exatamente nisso…meditar…vou tentar..que coincidência confortadora.
Medite! Leia meu último post sobre meditação. É muito importante nesse momento encontrarmos o nosso centro, a nossa paz.
Qualquer dúvida é só me perguntar, viu? Estou aqui pra ajudar!
O post sobre meditação é esse: http://camilecarvalho.com/magia-silencio-exercicio/
Beijos!
Oba!!!!!
😀
Oi maravilhosa! (que saudade de comentar por aqui, apesar de sempre estar te acompanhando, tu sabes, lendo tudo que tu escreve, passei um tempo sem comentar. Nesse calorão daqui de Recife espero te mandar boas energias, hehehe).
Esse post não poderia ter vindo mais a calhar, percebi MUITO a sua diminuição de frequência nas mídias sociais, não sei se tu percebeu, mas eu também desconectei bastante. Fiz a primeira postagem nos stories do insta faz dois dias, hahaha. Fazia um bom tempo que mal entrava. Limpou minha alma.
A energia das mídias sociais nesses tempos de eleições está cada vez mais negativa (respeito não existe mais, diálogo com argumentos aprofundados é uma raridade), por isso tenho ficado bem distante, aí nesse ponto, não me pegou tanto essa bad vibe (amém, porque o pouco já faz um mal danado!).
Quando você fala assim: “Nos últimos meses perdi o rumo. Caí numa onda de tentar me entender, de buscar minha identidade, e tudo que eu sentia era como uma bola de pingue-pongue, sendo jogada de um canto pro outro.” Sei bem o que é isso, inclusive, em 2017 sentia que 2018 seria um ano de muita introspecção e ressignificação. E é o que tem sido. MUITO, MUITO conhecimento adquirido e quebra de paradigmas. Auto conhecimento mesmo. Já agora estou sentindo que o 2019 para mim, será de muita ação, leveza, prioridades, calmaria e simplicidade com qualidade. Não sei se está assim também para você, mas essa troca energética é algo tão interessante que ultrapassa as regiões.
Espero muito que você se ache novamente (eu sei que isso já está acontecendo e que é algo certeiro, sei que verei) no sentido de sua rotina diária, seus hábitos e prioridades, não tanto quanto como pessoa, você você tem uma clareza surreal de si mesma e tem uma ousadia poderosa. Felicidade define quando você diz que está de volta. Estou bastante inclinado ao minimalismo, não uma vertente quantitativa, mas de qualidade e significados mesmo… não quero rótulos. Quero ter atitudes minimalistas, continuar no veganismo e tudo mais, só não me autointitulando isso ou aquilo. Sem colocar pressão, sabe? Fazer aquilo que é intuitivo meu e não ter que me explicar para ninguém se eu não me sentir com energia para isso.
Um dos meus projetos (dentre tantos, especialmente nos que diz respeito ao meu desenvolvimento pessoal) é passar a comentar mais nos meus cantinhos favoritos da internet (no caso seus blogs já estão na minha mente no automático) e espero te inspirar e te alegrar ~ nem que seja um pouquinho ~ o teu dia através dos comentários. Trazer mais significado e acalentar, sabe? Para retirar um pouco do engessamento virtual que a internet traz. Ficarei mais assíduo, i promisse. Escreve mais, mais e mais, por gentileza! <3
Ah, ps: deixei de blogar faz um tempo, para me reconectar comigo mesmo, em algo semelhante a você, mas já estou me reestruturando para começar a blogar novamente, mas tentando resgatar aquela blogosfera que tínhamos em meados de 2010, 2011, dando um toque mais pessoal e de qualidade mesmo quando se trata de um investimento mais profissional, aprofundamento na web. Sei que você também gosta bastante desses assuntos! Tamojunto.
Ewerton, beijos!
(@chamejante).
Uau! Que felicidade ler seu SUPER comentário! Adoro!
Percebo que estamos em sintonia… fui reduzindo mesmo a frequência nas redes sociais, desanimando mesmo, sabe? Deixei um pouco o celular de lado enquanto estou estudando ou fazendo outras coisas, já não tenho mais a ansiedade de postar, e como falei num post anterior, parecia que tudo de novidade que eu tinha pra escrever em um post, eu já havia falado nas redes sociais… não tinha mais graça!
Quanto aos rótulos, isso foi um dos motivos pelos quais parei de escrever aqui. Uma pressão imensa sobre quem EU deveria ser. Emails com críticas, tentando me etiquetar, me enquadrar em um estilo de vida que não era eu. Meu minimalismo não é contar 10 roupas no armário. É viver com qualidade, saber escolher, ter consciência, buscar, num processo, ter o que me faz feliz e o que realmente é necessário, desapegando aos poucos do que percebo que apenas ocupa espaço em minha vida. Chega de normas, regrinhas a serem seguidas… isso não é pra mim! (aliás, sempre bati nessa tecla aqui no blog). 😉
Fico muito feliz que você esteja se reestruturando pra voltar a blogar! Acho que esses cantinhos são como nossa casa, precisamos de vez em quando reavaliar, fazer uma faxina e com carinho, cuidar do nosso espaço. Sem pressão, sem estresse, fazendo as coisas do nosso jeito. Foi isso que aprendi nesse tempo de pausa do blog. O espaço é uma extensão de mim, do que penso e vivo, e fico animada mesmo em poder compartilhar partes da minha vida tanto pra recordar depois, quanto pra inspirar pessoas que estão em sintonia com o que penso e vivo. Que os blogs pessoais voltem! Aguardo a notícia do retorno do seu! 🙂
Beijos!
Pra quem é criador de conteúdo como a gente é bem difícil desapegar das redes sociais, porque acaba sendo seu trabalho. Então meu desafio maior tem sido desenvolver um bom planejamento, pra separar os momentos que eu vou ficar totalmente offline. Ótimo texto!
Planejamento é muito bom nesse caso, senão acabamos sendo absorvidas pelas redes sociais dando a desculpa de que estamos trabalhando, quando na verdade apenas estamos rolando o feed eternamente… 😉
adoro quando entro aqui e tem materia sua.. em tempos em tempos eu me esqueço do minimalismo e esse regresso pra ele é tipo um voltar pra casa.. eu estou entrando em uma nova fase, vou me casar.. e vai ser um desafio , ninha namorada não é nada minimalista.. não é consumista.. mas tem bastante apego as coisas.. vai ser um super desafio.. espero te encontrar aqui com suas ideias e textos obrigado.