Durante muitos anos, ainda quando eu cursava Especialização em Mídias Digitais, fui uma pessoa crítica e observadora do comportamento humano diante das Redes Sociais. Os anos se passaram e acabei mudando meu foco pra outro objeto de estudo. Depois de passar 2020 afogada em crises de ansiedade, segurando o celular para onde eu ia e checando as redes sociais de 5 em 5 minutos, percebi que apesar de todo o contexto de pandemia somado a outros motivos pessoais, eu não estava fazendo um bom uso das redes sociais.
E era sempre o mesmo: um minuto de pausa era o suficiente para pegar o celular, abrir o instagram e rolar o feed distribuindo curtidas a cada foto que eu via passar. Sim, eram fotos bacanas, eram pessoas queridas… Mas o que, de verdade, significa curtir uma foto? Que mensagem eu estava passando pra pessoa? E para mim?
- A maioria dos likes são vazios.
- São apenas um check de que passamos por ali.
- Apenas um sentimento de aprovação, talvez… tal aprovação que o produtor de conteúdo espera.
- Quanto mais likes, melhor.
- Se eu tiver muitos likes, fui aceito. Fui validado.
- Mas se eu não tiver muitos likes… meu post foi um fracasso.
Na pior das hipóteses, EU sou um fracasso.
Mas, entre mudanças de algoritmo das redes sociais (que faz sua foto aparecer pra pouquíssimas pessoas) e a vontade de mostrar nosso conteúdo, qual seria a solução? Talvez, um uso com mais intenção das Redes Sociais. Uma navegação desacelerada, consciente e de fato estabelecendo um contato com a pessoa que postou o conteúdo e que você admirou. Um tempo reservado apenas pra isso, como tiramos um tempo pra desfrutar de um livro. Estabelecer conexões reais. Seguir pessoas com as quais queremos estabelecer tais conexões. Seletividade…
Eu estou iniciando esse movimento por aqui. Pela minha saúde mental e pela valorização do conteúdo das pessoas que sigo. Se você leu até aqui, me conte sobre seu comportamento com as redes sociais. Você costuma apenas rolar o feed deixando likes ou gosta de estabelecer conexões mais profundas com quem segue?
Olá!
Eu fiquei na mesma situação que você. Inclusive, havia parado de usar o Instagram, fiquei 3 anos longe, e voltei por causa da pandemia, para acompanhar melhor amigos e familiares (sigo poucas pessoais, e pouquíssimas me seguem, então é algo pequenininho mesmo). Mas quando voltei, logo percebi a mudança da ferramenta e estranhei banstante.
1. Quase ninguém postava algo sobre eless. Então, no geral, continuo sabendo muito pouco das pessoas.
2. Desenvolveu-se um comportamento engraçado ao meu ver. Aniversario: posta uma sequência de fotos nos Stories. Para dizer “muito obrigada”, reposta-se a homenagem. Para dizer “de nada” reposta-se o que foi repostado. É um looping que acho muito louco.
3. Muitos transformaram seus perfis em perfis profissionais. Hoje é um bom mini shopping.
4. Não tem a possibilidade de ver os posts na ordem de postagem. Isso eum crime.
E enquanto usuário, acabamos fazendo o mesmo. Mais do que nunca é uma rede que não te deixa sair dela e que nos afasta da real vida dos outros e das nossas. É tudo rápido, cheio de estímulos, cada vez mais acelerado. Eu já cansei, mas ainda não achei um equilíbrio do que fazer nela.
Eu voltei para a leitura dos blogs que ainda persistem. Havia feito uma limpa do meu Feedly e quero separar um dia da semana para aproveitar com calma as leituras. Contato com familiartes e amigos é ligação, mensagem direta…. Acompanho pessoas muito interessantes que tentam resignificar o uso das redes, como a Fefe Resende, mas é um trabalho árduo, nadas contra uma maré que quer seguir um curso diferente. Mas é isso, é repensar nossos hábitos nas redes e seguir pessoas que estejam na mesma linha que a nossa.