Categorias: Tecnologia

Administrando o tempo na internet

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Eu estava lendo o blog do Marcos Lemos, justamente o artigo de como administrar seu tempo para blogar e ele abordou um assunto interessante que sempre venho falando aqui no Vida Minimalista: o ideal é que façamos uma coisa de cada vez.

No entanto, estamos acompanhando essa nova geração que consegue dar conta de tudo ao mesmo tempo. Conversa com amigos no MSN (ou melhor, Skype), compartilha memes no Facebook, atualiza o Twitter enquanto ouve música e estuda pra prova da escola. Gerações anteriores ficam assustadas como que esses novos jovens estão mais inteligentes, capazes de apreender muito mais informações e em uma velocidade incomum do que os jovens de décadas passadas. Mas eu me pergunto, será que realmente estão aprendendo ou esse aprendizado é superficial?

Recebemos tantos dados que mal temos tempo para absorvê-los pois logo em seguida já vem uma nova atualização de um novo assunto totalmente diferente e que também nos chama a atenção. Como diz Lemos nesse artigo que li, “Comece a assumir que precisa passar mais tempo sem distrações e você verá sua qualidade de vida subir e tudo em sua vida vai produzir mais resultados positivos”.

Não é curioso que justamente esses jovens (e eu me incluo nesse grupo sim!), que tentam fazer dezenas de atividades ao mesmo tempo, são os mesmos que são diagnosticados com TDA (Transtorno de Déficit de Atenção)? Será mesmo isso uma doença, como muitos afirmam, ou uma consequência do excesso de informações que recebemos? Esse parece ser o novo mal do século e eu fico me perguntando como reagiria um cérebro exposto a uma carga intensa de informações.

É por esse motivo que eu tento reduzir um pouco essa velocidade, essa ânsia de querer saber tudo – embora nem sempre consiga – e tentar fazer uma atividade de cada vez. Mas confesso que é muito difícil estar acostumado a sempre atuar de um jeito e, ao começar a refletir sobre o mal que isso pode causar, tentar mudar. E aí está o dilema contemporâneo: viver como a sociedade nos leva a agir ou pensar e tentar fazer diferente. O que vocês acham válido? Vamos tentar não nos deixar levar pela correnteza?

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Categorias: Comportamento

Sobre os ídolos minimalistas

Hoje recebi um comentário da leitora Chernova, que me fez refletir um pouco sobre a imagem que os minimalistas (ou aspirantes ou simpatizantes) possuem. Como eu ia escrever uma resposta extensa, resolvi criar um post sobre esse assunto que pode esclarecer algumas questões sobre o minimalismo, o blog, minha pessoa e meus pensamentos sobre o assunto. Há muito venho observando e questionando algumas atitudes apresentadas por diversos minimalistas-ídolos, e quando me veio essa mensagem da leitora, senti ser o momento para escrever um pouco sobre o que penso.

Adianto-me a dizer que respeito a opção de cada indivíduo, mas que algumas atitudes destoam um pouco do que penso sobre o assunto, embora tenha a consciência de que somos seres extremamente passíveis de mudanças. Vamos à mensagem:

Para alguns, todas essas metodologias facilitam o processo de organização. Contudo, a meu ver, esses métodos são burocráticos e, pedagogicamente falando, pedantes, uma vez que vão na contramão da essência do minimalismo: a simplicidade.

Confesso que ao deparar-me com siglas como GTD, ZTD, MIT e outras sinto-me verdadeiramente numa aula de Física, Matemática ou Química. A própria criação destas siglas, assim como o uso da técnica denominada de Pomodoro, já demonstra uma total ausência do minimalismo, da simplicidade, ou seja, daquilo que é essencial.

Para mim, minimalismo significa, dentre muitas coisas, não estar presente em ‘trocentas’ redes sociais; não ter de criar pseudofórmulas, como as citadas acima, para executar simples ações do dia-a-dia.

Sei que vocês veem o Leo Babauta, os The Minimalists e muitos outros estrangeiros quase que como “Deuses” do minimalismo, mas – na minha mais humilde opinião – os vejo como pessoas vaidosas e pseudominimalistas. Tenho pra mim, como referência de minimalismo, Tenzin Gyatso, Jesus Cristo e Mahatma Gandhi. Estes sim eram (ou ainda é, no caso de Tenzin Gyatso) Minimalista(s) genuinamente. – Chernova

Concordo com a leitora em diversos pontos. Essas metodologias são muito úteis para muitas pessoas, assim como complicam ainda mais a vida de outras. Sendo o ser humano diferente um do outro, é normal que algo não sirva massivamente para todos e seria muito ruim se fossemos dessa maneira, além do que, soluções definitiva do tipo “resolva todos os seus problemas” não combina comigo, passo longe.

A questão é que, como tenho um público diversificado (ainda bem!), tento mostrar aqui diversos tipos de dicas a fim de ajudar, pelo menos um pouquinho, a cada um que visita o blog. Uns só gostam de posts sobre produtividade e essas metodologias, pois trabalham com gerenciamento e administração. Outros já gostam das reflexões que escrevo e não curtem metodologias. À medida que vou descobrindo, através das minhas leituras e experiências pessoais, vou compartilhando aqui com vocês. Isso não significa – e sempre ressalto isso – que seja um manual completo e definitivo de como viver, muito pelo contrário, algo que funciona maravilhosamente bem para mim, pode não funcionar para outra pessoa.

Em relação às siglas, é visível que é uma estratégia de marketing e também concordo serem um tanto desnecessárias na prática. Na verdade não fazem muita diferença mas que, se o autor as nomeou assim e todos as conhecem dessa maneira, eu também utilizo, assim como a referência de quem as criou, seja ele Leo Babauta, David Allen ou qualquer outra pessoa independente se ela se auto rotula como minimalista ou não. Até o filósofo Bauman me inspira!

Muitos minimalistas têm como ídolos escritores de blogs como The Minimalists, citado no comentário. Partilho da opinião, visto que alguns estão utilizando o minimalismo hoje como forma de status, de mostrar aos outros que é “superior”. Meu questionamento é: cadê a simplicidade nesses casos? Mas tudo bem, cada um segue seu caminho, quem sou eu para julgar?

Por outro lado, não podemos generalizar achando que todos os minimalistas são iguais e possuem os mesmos ídolos e hábitos. Aliás, não gosto de me rotular como minimalista. Assumir essa postura gera cobranças e angústia e a vida é um constante movimento e não estática. Creio na efemeridade das coisas e o que hoje é, amanhã pode não ser mais. Eu busco, através de práticas minimalistas, simplificar minha vida, não que eu seja uma minimalista disputando o top 10 na internet. Definitivamente isso não faz o meu perfil.

Mahatma Gandhi, Tenzin Gyatso, Geshe Gyatso, Thoreau, Madre Tereza de Calcutá e São Francisco de Assis sim, são alguns que eu levo como exemplo de conduta e que tenho como referência de simplicidade. Gosto do Leo Babauta? Gosto! Ele tem textos ótimos, é um pouco radical, mas é o que funciona pra ele além do que, suas escritas servem como inspiração, não como um modelo a ser fielmente seguido. O mesmo para Joshua Becker, Everyday Minimalist entre tantos outros sites sobre o assunto.

A vida é muito simples para ficarmos nos encaixando em rótulos, para querermos ser como outra pessoa ao invés de tentar buscar nossa verdadeira essência. No entanto, devemos ler, ler muito e sobre tudo um pouco. É bom buscar, aprender com os erros e com os acertos dos outros, pois só assim podemos discernir por qual caminho desejamos seguir e qual deles não se encaixa com nossos princípios.

Acho que escreverei mais posts inspirados nos comentários dos leitores, pois assim podemos ampliar cada vez mais o debate sobre diversos temas. O que acham?

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Categorias: Meu Diário

ZTD – Zen to Done

Zen to done - Leo Babauta | Vida Minimalista #vidaminimalista

O ZTD (Zen To Done) é um método alternativo de produtividade criada por Leo Babauta, baseado no método GTD de organização pessoal do David Allen, mas que possui o foco voltado para a execução das tarefas.

Se você tem tido problemas com o GTD, ainda que ele seja ótimo, o ZTD pode ser perfeito para você. Ele foca nas mudanças de hábitos necessárias para o GTD de uma maneira mais prática, e foca no fazer, no simplificar, com uma estrutura simples. – Leo Babauta

Atento a algumas dificuldades encontradas por usuários do GTD (Getting Things Done), Babauta simplificou alguns processos e escreveu um livro sobre esse novo método. A grande diferença entre os dois é que enquanto o GTD tem o foco na eficiência, fazendo com que consigamos cumprir todas as tarefas independentemente de sua importância, o ZTD é mais direcionado às prioridades levando em conta as tarefas mais relevantes.

Inspirado nos princípios do Zen Budismo, embora o método não possua qualquer ligação com religiões, o ZTD agrega o valor minimalista, também fazendo-nos concentrar na execução das tarefas no momento presente.

O método é descrito em 10 passos, mas que podem ser reduzidos em apenas 4 etapas, que são as mais importantes (e por esse motivo é um método considerado minimalista e simples).

Os 4 passos do ztd

1) Coletar/Capturar

Devemos anotar livremente todas as tarefas que surgirem em uma caderneta que deve estar sempre conosco aonde formos. Podemos usar também dispositivos eletrônicos, mas Leo acha que um pequeno caderno de anotações é mais simples. A ideia, como já dito, é simplificar ao máximo.

2) Processar

Assim como o GTD, devemos identificar o que precisa ser feito. As decisões são semelhantes ao GTD, que são fazer, descartar, delegar, arquivar ou inserir como pendência ou anotar na agenda.

3) Planejar

Nessa parte é onde fica a maior diferença. Nela devemos definir as tarefas mais importantes para cada semana, as chamadas MIT (Most Important Tasks). Leo as caracteriza como pedras que devemos tirar do nosso caminho. É importante determinarmos no máximo 3 MIT para cada dia, a fim de não nos sobrecarregarmos e também para sobrar espaço de tempo viável para executarmos outras tarefas menores ao longo do dia.

4) Executar

O ponto mais importante é, sem dúvida, a execução. Ao realizarmos cada MIT, devemos anular qualquer distração e concentrar o máximo possível em cada uma delas, uma por vez. Para isso, podemos usar a Técnica Pomodoro para administrarmos nosso tempo.

“ZTD captura o espírito essencial do novo sistema: O da simplicidade, do foco na execução, no aqui e agora em vez do planejamento e no sistema. – Leo Babauta”

Como o livro pode ser livremente distribuído, vocês podem ler a versão gratuita em PDF traduzida por Ibrahim Cesar clicando aqui ou pelo Lucas Teixeira clicando aqui. No livro vocês encontrarão detalhes sobre os 10 passos e os motivos pelos quais Leo Babauta eliminou alguns processos a fim de simplificar.

E você, já conhecia o método ZTD?

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