Categorias: Desapego

Vamos desapegar de sentimentos ruins?

Vamos desapegar de sentimentos ruins? | Vida Minimalista | vidaminimalista.com

Muito falamos sobre o minimalismo com dicas de como desapegar de objetos que não precisamos mais, de relacionamentos que só nos fazem mal mas, e em relação aos sentimentos ruins que cultivamos? Nem sempre é bom mantermos amizades destrutivas por perto ou pessoas que sugam nossa energia e nos querem mal, mas perdoar e esquecer também é um ato de afastar mágoas do passado que não fazem mais sentido.

Faz alguns anos que eu recebi um email de um amigo meu do passado, me pedindo perdão pelo que ele havia feito comigo. O assunto é pessoal e não vou expor a situação, mas minha reação ao ler foi engraçada. O que ele havia feito comigo? Eu nem me lembrava mais!

Este amigo passou um bom tempo se sentindo culpado pelo que havia feito até criar coragem de me procurar, mas eu segui minha vida adiante e tais problemas que tivemos de relacionamento já não habitavam mais a minha mente, diferentemente dele, que tirou um peso das costas ao voltarmos nossa amizade e receber o meu simbólico perdão.

Muitas vezes ficamos magoados e acabamos acumulando sentimentos ruins contra determinada pessoa. Vingança é um deles, que acaba destruindo mais a nós mesmos do que ao nosso alvo. Tal sentimento vai nos corroendo, machucando cada vez mais nos impedindo de seguirmos em frente. Mas, o que fazer quando passamos por uma situação dessas?

O melhor a ser feito é perdoar, esquecer e seguir em frente. Sei que é difícil quando somos injustiçados, mas temos que nos lembrar sempre que somos humanos e portanto, errar faz parte. Eu poderia ter passado um bom tempo querendo me vingar do que ele fez, mas decidi continuar minha vida buscando outros caminhos e foi bem melhor pra mim. E mesmo que o outro não tenha se desculpado, de que adianta cultivarmos um sentimento ruim por alguém? Será que vale a pena desejar o mal ao outro, só porque uma amizade acabou de forma injusta, por exemplo? O que ganharemos com tanto sentimento ruim direcionado ao outro?

Na maioria das vezes, ao tentarmos magoar, nos vingar ou prejudicar o outro por nos sentirmos injustiçados, quem mais sofre as consequências somos nós mesmos. O desapego é o melhor caminho, pois evita que nossos pensamentos fiquem fixos em algo negativo. Portanto, se alguém não te fez bem e você guarda mágoas, deixe que essa pessoa vá embora livremente. Acumular rancor não afetará o outro, apenas a nós mesmos.

Vamos desapegar de sentimentos ruins pra dar espaço aos bons e produtivos? Não tem sensação melhor que se desprender de sentimentos que não fazem mais sentido cultivar.

 foto: We heart it

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Categorias: Comportamento

E o meu sonho de consumo é…

Qual seu sonho de consumo? | Vida Minimalista #vidaminimalista

Em quantos blogs, sites ou até mesmo entre amigos ouvimos a expressão “sonho de consumo”? Sei que o consumo não está totalmente relacionado a comprar e gastar dinheiro, pois consumimos também, por exemplo, arte e cultura, mas será que pensamos em projetos pessoais quando sonhamos alto?

Não é errado sonhar. Aliás, devemos sim almejar algo, desejar crescer como indivíduo mesmo que isso não signifique ser bem sucedido no padrão que os outros esperam. Sonhando podemos visualizar uma meta e só assim podemos estabelecer um caminho a ser traçado até chegarmos lá. Mas nem sempre nossos sonhos de consumo estão relacionados a metas.

Meu sonho de consumo é um carro importado. Não, é um apartamento enorme na parte nobre da cidade. Ah, outro sonho de consumo meu é comprar naquela loja de roupas caríssimas. É aquele sapato da moda. É o celular do momento. Claro que vocês sabem que é uma ironia e o questionamento é: serei mais feliz se conseguir comprar o que quero? Vou sossegar após a conquista ou passarei a ter outro sonho de consumo?

A verdade é que nunca estamos satisfeitos com o que temos. Já vi muitas pessoas que após finalmente conseguirem obter seu objeto de desejo, não se importaram tanto com eles e passaram a desejar outros. Mas… aquilo não era o sonho a ser alcançado? O que aconteceu então?

Sonhar é legal, mexe com nosso imaginário. Acreditamos que seremos mais felizes e teremos mais status comprando determinado objeto, mas depois de comprado, parece que perde o sentido. E somos movidos pela necessidade de sentir aquilo novamente, aquele sentimento bom que o imaginário nos leva a ter, ao prazer no momento de pagar e pensar que “agora sou aquilo que imaginava, minha vida é outra”.

Mas percebemos que nada mudou ao nosso redor. Talvez um ou outro amigo comente o quão bonito é nosso tênis novo. E só. Mas somos insistentes e pensamos que talvez comprando aquele casaco que todos desejam, aí sim nossa vida vai mudar, pois com o tênis não deu muito certo. É um ciclo difícil de sair, mas não impossível.

Você já reparou que tudo o que temos hoje um dia foi um sonho de consumo, habitando nosso imaginário? Então aproveite! Dê valor àquilo que você se esforçou pra comprar. Pare de criar novos sonhos de consumo e crie mais planos pessoais.

Por um mundo com menos sonhos de consumo e mais sonhos que realmente são importantes para nós.

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Categorias: Tecnologia

O minimalismo e a tecnologia

O minimalismo e a tecnologia | Vida Minimalista #vidaminimalista

Lembro-me bem da minha infância e adolescência. Eu era uma apaixonada por tecnologia. Sejamos mais claros: eu era uma nerd. A primeira feira de informática que eu participei foi na escola e eu tinha por volta dos meus 13 anos. Foi em um sábado e passei meu dia inteiro conhecendo impressoras matriciais e conversando com os meninos de óculos-fundo-de-garrafa. Eu realmente gostava daquilo.

Tivemos um pager, tivemos um celular tijolo, e quando meu tio voltou do Japão, fiquei encantada com seu celular novo, adquirido na terra do sol nascente. Enquanto ele contava a viagem aos meus avós, eu me divertia com aquele aparelho do futuro, que tinha a opção de vibrar ao invés de tocar.

E assim cresci, acompanhando o desenvolvimento tecnológico, deixando de ir aos encontros das amigas que ensaiariam Spice Girls pra ficar em casa fazendo site no Geocities ou Kit.net, absorvendo cada novidade que o mundo tecnológico proporcionava. Mas minhas férias eram no mato, em uma cidade praiana do RJ que ainda não tinha nem padaria e faltava mais luz do que tinha de mosquito. Eu sempre soube equilibrar bem minha vida

Com o tempo fui aprendendo sobre o minimalismo, em não acumular o que não me serve mais, em desapegar daquilo que outros precisam mais que eu. Mas… e meus gadgets tecnológicos? Onde está o limite do minimalismo e dos celulares, tablets e computadores?

Na minha opinião, não existe uma regra. Uma coisa é você ter um celular com várias funções, como é o meu caso e utilizar diariamente a câmera, o bloco de notas, o Evernote, Dropbox, responder a um e-mail e planejar suas atividades no calendário. Outra, totalmente diferente, é você ter um celular da moda por status, funcionando e desejar o próximo lançamento só porque todos vão comprar.

Eu sou uma apaixonada por tecnologia e poderia desejar os últimos lançamentos de tudo. Mas não, enquanto meu notebook, meu celular e meu kindle me servem bem, não preciso sonhar pelos lançamentos. Eu estou satisfeita, contrariando a tendência do marketing, que nos incita a descobrir um motivo de insatisfação no que temos e desejar o que eles têm a oferecer. Minha pergunta é: Se quando eles me venderam aquele produto, me disseram que era o melhor do mundo, por que agora ele não presta? Ganha um doce quem me responder.

Minimalismo não possui regras. Não existe menos minimalismo ou mais. Não existe um vencedor, não existe sequer competição. Há o bem-estar. Se você tem 100 roupas no armário e usa 10, você precisa rever seus hábitos de consumo, pois provavelmente é um acumulador. Mas se você tem 100 roupas no armário e usa as 100, parabéns, você sabe aproveitar o que tem. Não é a quantidade, mas o uso que fazemos do que temos.

Desta forma respondo um questionamento recorrente: Ter gadgets tecnológicos é ir contra ou a favor do minimalismo? Depende do seu uso. Se você tem um iPad apenas por status, acho que é um desperdício de dinheiro. Mas se você tem um iPhone e usa diariamente suas funções, te livrando de carregar uma dúzia de tralhas na mochila, parabéns, você conseguiu encontrar uma solução.

O minimalismo deve ser aplicado de acordo com as necessidades de cada um, pois não há uma fórmula. O que pra mim funciona, pode não funcionar para você. Cabe a cada um descobrir a melhor forma de se adaptar, principalmente às novas tecnologias.

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