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Sobre a Raiva (e outros sentimentos negativos)

Como lidar com a Raiva | Vida Minimalista | #vidaminimalista

Esta semana fui a uma palestra budista sobre Como identificar e combater nossa raiva, na UERJ e aprendi muito com as sábias palavras do monge Kelsang Drime, da Nova Tradição Kadampa.

Segundo o monge, a raiva atua em nossa mente como uma lente de aumento, piorando os aspectos negativos de uma situação que nem sempre é como pensamos. Perdemos o controle, a razão e com isso podemos colocar em risco pessoas, empregos e relacionamentos. Ficamos cegos, perdemos a capacidade de pensar racionalmente sobre o problema, e com isso acabamos tomando decisões estúpidas das quais provavelmente nos arrependeremos depois.

Mas como lidar com um sentimento que surge do nada, de forma impulsiva e que nos tira da razão? Será que é possível passar por alguma situação complicada e não sentirmos raiva, ou até mesmo ódio?

Observar como a raiva surge é o primeiro passo. Na maioria das vezes, nossa própria mente começa a distorcer a realidade exacerbando seu aspecto negativo e ignorando o positivo. Passamos a enxergar com uma lente negativa e a criar nossa própria narrativa sobre o outro, que na maioria das vezes não passa de fantasia. Claro, há situações que não ocorrem desta maneira, mas quando o outro nos causa aflição, raiva e desprezo, na verdade, nós somos os responsáveis por deixarmos que o sentimento se instale em nossas mentes.

Quem nunca ficou com raiva do transporte público cheio, da fila do banco, do atendente lento ou de um simples bom dia de um colega naquela manhã que acordamos de mal-humor? Será que a culpa é dos outros? Será que o motorista que demorou para sair com o carro assim que o sinal ficou verde merece nossa raiva? Novamente, a responsabilidade pelo que sentimos não é dos outros. É nossa.

Somos nós que nos permitimos sentir raiva. Somos nós que permitimos que a raiva dos outros nos afete. Foi criticado e achou uma injustiça? Pra que rebater de forma descontrolada? Silencie a mente, respire fundo e tente esclarecer. Além disso, o que o outro pensa sobre nós – de forma infundada – não nos diz respeito. Não devemos nos preocupar com o que o outro pensa. Não somos responsáveis pela opinião dos outros, apenas pelas nossas. Jamais deixe que o outro te desequilibre. Mantenha-se no caminho sereno e racional, refletindo se todos os motivos que o fez sentir raiva realmente são relevantes a ponto de causar mal-estar.

Muitos podem dizer que a teoria é linda, mas que a prática não é tão fácil. No entanto, no momento em que conseguimos observar as pequenas sensações desagradáveis que surgem ao longo do nosso dia e a eliminamos no início, evitamos que vire uma bola de neve. Pequenos focos de incêndio podem ser apagados assim que surgem, basta não aceitarmos tal sentimento que, aos poucos, conseguiremos lidar com outros mais complicados. É certo que nem tudo é relevável, mas se eliminarmos as pequenas aflições diárias, aprenderemos cada vez mais a lidarmos com situações mais desagradáveis.

É um desafio a ser aplicado no dia-a-dia. Agora, só nos resta observar quando o foco se inicia, para deixarmos a sensação desagradável ir embora da mesma forma que chegou. Afinal, podemos escolher absorver tal sentimento e passar o resto do dia remoendo com rancor ou simplesmente desapegarmos e continuarmos de forma leve em nosso caminho.

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Categorias: Comportamento

Simplificar a vida, afinal, é uma meta ou um caminho?

Simplificar a vida, afinal, é uma meta ou um caminho?

Quando conheci o conceito de uma vida minimalista, um pouco antes de criar meu blog, me imaginava vivendo uma vida completamente diferente. Com poucas posses, poucas preocupações, desapegada da internet e com um constante sorriso no rosto. Me empolguei e comecei a revolução em minha própria vida: doei roupas, pertences, eliminei o que não combinava mais com minha personalidade, reprogramei minhas metas e fiz muitos, muitos mapas mentais. Adotei novos hábitos alimentares, fiquei mais saudável, pratiquei Yoga e conseguia manter a concentração mesmo naquela aula chata da faculdade. Minha produtividade aumentou, minhas notas aumentaram e assim tudo pareceu ter mudado ao meu redor.

O tempo passou e cheguei em um ponto em que, satisfeita com a vida que eu estava levando, alcancei uma meta. Agora só precisaria me manter no caminho e viver em paz. No entanto, fui percebendo ao longo da minha jornada que uma vida mais simples não é uma meta a ser alcançada. Não há uma linha de chegada, mas sim, um caminho a ser percorrido constantemente.

Comprei um sapato aqui, uma roupa ali, cadernos, canetas coloridas e quando menos esperava, comecei a me sentir perdida em meio a tantos objetos inúteis, pensamentos inúteis e sentimentos que não me acrescentavam em nada.

Percebi que uma vida simples não é questão de chegar a um destino, mas sim a própria estrada. É no nosso dia a dia que tomamos as melhores decisões, que fazemos escolhas e principalmente, refletimos sobre cada passo que damos. Cair no erro do viver automático – armadilha tão fácil na correria diária – só me fez sair um pouco dos trilhos e agitar minha mente. Agora é hora de voltar a meditar, de voltar a praticar minha yoga diária (que parei por umas semanas) e viver de forma mais consciente. Afinal, nunca é tarde para abrir o guarda-roupas, doar, fazer uma limpeza na casa, na mente e buscar novamente o caminho no qual estava percorrendo.

Fiquei um pouco afastada do blog por diversos motivos, entre eles, o famoso bloqueio criativo. Não sabia o que escrever aqui, já que me sentia cansada, sobrecarregada e com a mente confusa, embora tudo parecesse normal na minha vida. Sabe quando abrimos o editor de texto e apenas observamos o cursor piscando, mas sem nada de interessante a compartilhar? Por um tempo pensei que estava vazia de ideias mas depois de fazer um despejo mental, percebi que na verdade havia tanto a ser dito que eu mal conseguia colocar no papel de forma ordenada.

Neste momento olho ao meu redor e me pergunto por que me sinto tão sobrecarregada, mas a resposta é simples: segundo o Tao (que ando estudando ultimamente), os opostos são apenas complementos. Não há bom nem ruim. Sempre há uma função para cada extremidade, e me enxergar novamente no caos só me faz ter mais forças para respirar fundo, levantar e começar a mudança novamente para que eu volte ao meu caminho.

❤ Que venham as mudanças! Quantas vezes forem necessárias. ❤

E você? Já se sentiu fora dos trilhos também? Qual estratégia usou para voltar ao caminho?

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Categorias: Tecnologia

Como ficar offline

Como ficar offline - Vida Minimalista

Quem me conhece sabe que sou uma pessoa completamente conectada. Vivo com meu smartphone, respondo tweets, mensagens, publico fotos do meu dia-a-dia no Instagram e leio comentários do blog, tudo através da tecnologia móvel. No entanto, estou conseguindo reduzir aos poucos minha presença online, principalmente no Facebook.

Sempre fui uma pessoa caseira, de passar os fins de semana em casa lendo meus livros, escrevendo e navegando na internet – atividades que eu realmente gosto – mas ultimamente tenho feito algumas mudanças que estão me trazendo um bom resultado. Deixo a internet e tudo o que a acompanha para a semana (estudos, trabalho, redes sociais, bate-papo) e, a partir de sexta à noite, simplesmente desconecto do mundo virtual.

Depois da minha última aula, sexta à noite, mudo meu padrão de pensamento aproveitando ao máximo cada minuto que tenho com a presença do namorado, amigos e família. Tenho reparado que acabo deixando o celular em um canto qualquer, que raramente ligo o notebook – a não ser para assistir algum documentário ou filme – e que, de verdade, não faz falta alguma. Jamais pensei que conseguiria dizer isso, mas assumir novos compromissos comigo mesma me fez deixar um pouco o mundo virtual, o que me fez muito bem.

Para alguns pode parecer uma mudança sem importância, mas só quando nos damos conta do quanto estamos vivendo online é que lidamos com a dificuldade de desconectar. Se você, como eu, pretende ficar um pouco mais offline, algumas dicas que usei podem ser úteis:

Dicas para desconectar

1. Estabeleça um dia da semana para ficar offline (ou vários, como no meu caso, o fim de semana inteiro)

2. Comprometa-se com novas atividades. Pode ser um passeio no parque, um dia na praia ou simplesmente um dia de leituras. Inscreva-se em algum curso que gostaria de fazer, ocupe seu tempo com algo legal ou simplesmente se permita não fazer nada.

3. Desgrude do smartphone. Isso evita que você fique checando emails e atualizações do Facebook a cada minuto.

4. Aproveite pessoas reais. Se você tem filhos, guarde esse dia para aproveitar com eles. Se tem namorado/noivo/marido, dê prioridade à conversas, passeios, o que for, mas esqueça a internet. Se é solteiro sem filhos, telefone para aquele amigo querido e combine um café, um cinema ou um simples passeio.

5. Tenha em mente que você não está perdendo nada. Se alguém te mandou alguma mensagem, ela não se perderá só porque não foi lida nem respondida na hora. No final do período de desconexão, você poderá tranquilamente ligar o computador e responder cada mensagem e se atualizar dos acontecimentos nas redes sociais (que nem sempre são realmente importantes).

Tenho ficado offline durante o fim de semana, mas sem neura. O intuito é criar um espaço para aproveitarmos a mim mesma, curtir um pouco as pessoas com quem convivo e se desligar um pouco da internet, o que não significa que esteja proibida de checar um email ou pesquisar algo no Google. O mais importante de qualquer decisão que tomamos é manter o equilíbrio, sem extremos, mantendo em mente que toda decisão que tomarmos deve ser feita para nosso conforto e não privação, afinal, uma vida minimalista deve sempre nos trazer benefícios e satisfações, jamais desconforto.

E vocês, como lidam com a vida online? Passam muito tempo na internet ou não são apegados ao mundo virtual?

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