Desde que vi o Manual de Limpeza de um Monge Budista na lista de indicações da Amazon, fiquei com uma vontade imensa de lê-lo, e pra minha surpresa, ao conhecer pessoalmente uma leitora do blog, ganhei de presente dela, que achou que o livro tinha tudo a ver comigo (obrigada, Neide! Amei te conhecer!). <3
Manual de Limpeza de um Monge Budista é um livro simples e rápido de ler, com vários tópicos sobre como é feita a limpeza de um templo budista no Japão. Escrito por Keisuke Matsumoto, o livro é dividido em 7 partes que concentram dicas de utensílios, objetos pessoais, cozinha, banheiro entre outros, finalizando com a sessão de limpeza do corpo e da alma.
O banheiro
O que mais me chamou a atenção é a preocupação que eles têm com a limpeza, principalmente do banheiro, que deve estar impecável. Como escreve o monge, “toaletes possuem alto poder purificador, de modo que a limpeza deve ser absoluta, sem resquícios sequer de digitais”. Ele ainda afirma que tal limpeza nos mosteiros é sentida na pele, de modo que usar as instalações traz alívio e conforto.
Desapego e roupas
Outra questão que me chamou muito a atenção é a importância que eles dão ao desapego, ressaltando que não devemos possuir mais do que precisamos, e também explicam a prática do Koromogae, que é a troca sazonal das roupas, como um ritual, o que parece muito com a ideia do Armário-Cápsula, difundido ultimamente aqui no ocidente, que consiste em separar um número restrito de roupas a serem usadas em determinada estação enquanto outras são guardadas. Eu não imaginava que isso era uma prática tradicional entre os monges budistas, e me animei ainda mais a avaliar o que tenho no meu armário e como posso fazer tal rotatividade de acordo com o clima do Rio de Janeiro, que não tem muito bem as estações definidas.
O lixo
O maior estalo que me deu foi na parte que se fala sobre o lixo.
“O que é lixo? Aquilo que é velho, inútil, imprestável? Objetos não nascem lixo, tornam-se quando alguém os desgasta ou quebra, quando passa a enxergá-los nessa condição.” Pág. 15
A preocupação deles em restaurar, recuperar e aproveitar ao máximo cada objeto que adquiriu devido ao senso de responsabilidade com o planeta me fez refletir muito sobre a imagem que alguns têm sobre o declutter. Marie Kondo já havia falado em seu livro A mágica da arrumação para nunca tratarmos os objetos que estamos desapegando como tralha/lixo, e este livro reforçou essa ideia. O que pode ser inútil para mim, certamente será bem aproveitado pelo outro. Portanto, ao separarmos objetos e roupas para doação, vamos pensar melhor em como vamos tratá-lo, para que não pareça que estamos nos desfazendo de um lixo e jogando na casa de outras pessoas. Ao invés disso, vamos tratá-lo com o sentimento de gratidão, e que ele possa fazer outra pessoa feliz, assim como já nos fez durante o tempo que permaneceu conosco.
Acredita-se que liberdade é fazer o que se quer na hora que se deseja. Porém, a liberdade, de fato, é viver em paz, com o coração pleno de felicidade. E isso se obtém somando cada uma de nossas ações. – pág. 170
A diagramação do livro é muito bonita, com páginas amareladas e textura boa para a leitura, usando fontes confortáveis e espaçosas. Manual de limpeza de um monge budista tem 176 páginas e pode ser comprado online pela Amazon. O único ponto negativo do livro é que o achei curtinho demais. Fiz a leitura em aproximadamente uma hora, talvez por ter gostado bastante do tema. Gostaria que fosse um pouco mais completo, mas achei no geral um livro gostoso de se ler e que nos dá um ânimo imenso de dar um pulo da cadeira e ir faxinar o banheiro. Juro.
E vocês, já leram este livro? O que acharam? Compartilhe suas experiências!
Matsumoto, Keisuke. Manual de limpeza de um monge budista. São Paulo: Planeta do Brasil, 2015.
Parece bom ….vai para minha lista.
Que bacana! Já me interessei muito em ler!
O que eu achei mais engraçado é o livro REALMENTE falar sobre a rotina de limpeza de um monge budista. Esse não é um tema que a gente espera ver por aí, então a minha primeira impressão foi do título ser uma metáfora e de ser, sei lá, um livro com técnicas de meditação ou coisa assim. Acabei achando super interessante, hahaha!
Banheiro, eu tenho na mente que é um lugar de troca de energias, que tiramos a energia ruim (especificando o banho) e nos purificamos… Tenho várias manias com banheiro, uma delas é deixar a porta sempre fechada. Desapego traz leveza a alma, podemos sentir. Muito bom isso, afinal usamos aquela peça por muito tempo >> Ao invés disso, vamos tratá-lo com o sentimento de gratidão, e que ele possa fazer outra pessoa feliz, assim como já nos fez durante o tempo que permaneceu conosco. << Ainda não li este livro mas ele esta na lista de desejados.