Eu não teria coragem. Não mesmo. Talvez um dia, quem sabe, mas aquilo ali já entranhou em mim de uma forma que eu não sei explicar. Eu sei da importância daquela rede, sei que o blog não é tão conhecido mais, embora nem mesmo no Instagram eu seja conhecida. Mas, o que me prende? Eu não sei.
Ando assistindo muitos vídeos sobre declutter digital, sobre pessoas que deletam as redes sociais e se sentem mais felizes, sobre a ansiedade, o F.O.M.O. e outros diversos assuntos correlatos. Eu já consegui reduzir demais a minha presença online, principalmente no Instagram. Eu cheguei a um ponto de passar horas assistindo os stories, como se tivesse que zerar todas as bolinhas. Era uma sensação horrível e ao mesmo tempo empolgante de que no próximo, eu aprenderia algo, eu receberia alguma informação que mudaria a minha vida ou que eu acharia a solução para algo na minha vida. Mas o que eu achava? A vida dos outros. Perfeita. Instagramável. Organizada. Produtiva. Ganhando milhões com o marketing digital. Só que não. Essas pessoas não são assim.
Eu cansei dessa vida fake. Cansei pois tinha preguiça (além dos valores) de tentar mostrar algo que eu não era apenas para impressionar, viralizar e ganhar seguidores. Ah, eu não. Isso definitivamente não é pra mim. E conto a vocês que mesmo me sentando, abrindo meu planner e tentando planejar posts pro mês, quando eles entravam no ar eu não me via ali. Não era eu, não tinha a minha essência. Minha aura não estava presente em mais um formatinho bonitinho que fiz no Canva. A quem eu queria enganar? E então cancelei a assinatura do Canva.
Pessoas como eu, que se revoltam com a internet, que resmungam sobre as redes sociais e que estão de saco cheio de produzirem conteúdo são o prato cheio para uma aula de marketing dos famosos gurus. Sou o exemplo daquela pessoa looser, a perdedora, a que falhou miseravelmente em fazer o que tem que ser feito na internet, a jogar o jogo, a se deixa levar pela correnteza. Pois me usem de exemplo, não me importo. Eu não quero isso pra mim. Não dessa forma. Não com esse roteiro.
Mas afinal, o que eu quero? Eu quero paz. Quero inspirar pessoas, quero escrever meus textões como esse aqui, que ao terminar de escrever apenas publico sem ao menos revisá-lo e editá-lo (sim, sempre tive esse hábito com o blog), quero simplesmente levar as coisas com mais leveza. E talvez seja por isso que eu nunca viralizei. Nunca tive muitos seguidores. Nunca ganhei dinheiro com o Instagram. Talvez eu esteja fazendo tudo errado. Talvez eu seja muito errada. Talvez eu seja uma pessoa desprezível! Ou talvez, só talvez, essas vozes que me sussurram essas frases, sejam reflexo dessa loucura das redes sociais.
Quando me sento com a coluna ereta, observo a minha respiração, penso na complexidade e imensidão da vida, do universo, de toda a existência e penso na minha própria vida, tudo isso fica tão pequeno, tão insignificante, que me pergunto: o que ainda faço nas redes sociais?
Cada vez sinto mais esse cansaço. Cansada da falsidade das vidas nessa outra dimensão, na dimensão do digital. A ansiedade vai tomando conta de mim e sei que as redes sociais são uma das causas e que posso eliminar. Excelente reflexão
Mais uma pro Clube das que não viralizaram o/
A verdade é que jogar o jogo do algoritmo é muuuito cansativo e o ritmo é acelerado. Também já sentei várias vezes pra escrever conteúdo, fiz design bonitinho no Canva, mas acontecia a mesma coisa: eu já não me via mais ali. Seja porque alguém já falou sobre o que eu queria falar, ou porque o assunto já não estava mais em voga.
Enquanto isso, cada vez mais eu me encontro aqui nos blogs; onde o ritmo é mais lento, mas os conteúdos mais profundos.
Não deleto as redes porque, confesso, ainda gosto. Mas não quero mais gastar todo o meu valioso tempo lá.
Ótima reflexão, Camile!
Eu acho que o Instagram perdeu todo o sentido quando o algoritmo deixou de mostrar quase tudo dos posts de amigos, para priorizar Influencers e propaganda.
Última vez que entrei lá, no meu feed apareceu mais coisas que eu não queria ver do que as pessoas que eu estava seguindo. Aí saí de vez.
Antes eu também não conseguia deletar. Motivo? Meu medo de perder meu username… Não queria que outra pessoa pegasse. Então eu simplesmente mudei a senha e desativei a conta. Nem eu mais tenho acesso, mas a conta ainda existe. Sim, é bem idiota, mas foi como eu lidei com meu apego.
Oi, Camile! Tudo bem? Nossa, seu post me descreveu tanto. Tenho 28 anos, tentei por muito tempo me encaixar nas redes sociais. Quando tudo era mais espontâneo eu me sentia muito feliz, mas hoje com a produção de conteúdo, confesso que é dificil saber o que é real ali. Sou bailarina, estudo direito e sempre amei escrever, eu quis o meu espaço lá, mas não consegui lidar com o movimento acelerado de informações e principalmente, não me enxergava dentro do que era mais comum por lá e muito menos nos vídeos rasos feitos para viralizar. Ontem resolvi que irei passar 30 dias sem redes sociais e voltei a ler os blogs (sempre gostei desse modelo sabe, a informação é menos mastigada)…gostaria de não voltar para as redes…confesso que ainda não decidi. Veremos com o tempo, né?