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O dia em que me cansei do Instagram

 

Blog Camile Carvalho | Cansei do Instagram

Compre meu curso! Você tem feito tudo de errado até hoje em sua vida, mas eu tenho a solução de todos os seus problemas! – é o que mais tenho visto pelo Instagram. Eu não sei vocês, mas eu cheguei a um certo ponto de saturação naquela rede social. Quanto mais presto atenção nos conteúdos que as pessoas têm publicado, mais me dá uma agonia por eu não ter um produto para vender, porque sim, tudo nos leva a pensar que ou precisamos comprar todos os cursos de infinitos nichos por lá, ou precisamos vender nossos produtos.

Mas e eu?

Sinceramente, vejo a internet com um grande potencial para vendas em diferentes áreas, mas a minha intenção com tudo isso é simplesmente estar em uma comunidade com pessoas que pensam como eu, me inspirar, relaxar, ver fotografias bonitas e aprender sobre os assuntos que me interessam. Não quero me sentir diante de um site de vendas.

Eu sei que durante a pandemia abriram-se muitas oportunidades de lançamentos, cursos, ebooks sobre milhares de nichos. Foi uma excelente saída a muitos que, devido ao caos, viram na internet um espaço de oportunidade de sustento. O problema não é esse, mas sim que, no momento em que todos fazem absolutamente tudo igual, todos seguem as mesmíssimas fórmulas de lançamento, todos querem vender da mesma forma, nós, que somos os espectadores e possíveis compradores, desenvolvemos uma espécie de cegueira a tudo isso. Tudo é mais do mesmo.

O mercado digital ainda tem muito o que crescer – e acreditem, eu estudo essa área por muitos anos – mas ver tudo tão homogeneizado, tantas imitações, tanto conteúdo igual e até mesmo personalidades semelhantes, acaba com o diferencial de quem está ali, por trás da outra tela, tentando transmitir sua mensagem.

Quero ser diferente mas sou igual a todos!

Me perguntaram uma vez como ser diferente na internet. Como que se pode encontrar, em cada marca pessoal, um diferencial. A resposta é muito simples: sendo nós mesmos. O nosso diferencial consiste em sermos apenas nós mesmos.

Ninguém é igual ao outro, mas enquanto a massa busca incessantemente se igualar, uns aos outros, fazendo exatamente tudo igual, como se houvesse uma fórmula de sucesso (ou até mesmo de aceitação em comunidades), há aquela angústia como pano de fundo da perda da identidade.

Sabe, meus amigos, eu relutei muito em voltar a escrever neste blog. Desanimei, mesmo, depois que minha vida passou por uma grande mudança (acho que ir pra Índia foi o ponto de virada), mas hoje eu percebo que talvez eu não tenha nascido pra ser uma instagrammer. Não sei lidar com pensamentos curtos, boas imagens e muito menos registro constante do meu dia-a-dia. Eu sou dos textos. Dos textões, vocês sabem bem. E o que me angustiava, durante todo esse tempo, é que eu queria estar na internet, mas ainda não tinha encontrado o meu ponto.

Eu sou daqui

Ora, não dá pra querer tudo, não é mesmo? Pois eu sou daqui, do blog. Do texto. Do bate-papo com vocês aqui, na minha casinha onde vocês chegam, sentam-se à vontade e degustam – com calma – o que eu escrevo. Imaginem só se eu teria uma conversa dessas no Instagram? Impossível! Nem pela legenda da foto, muito menos pela conversa nos stories.

Lá é pra ser rápido. Lá tem distrações demais. Aqui, temos a calma, o dia todo se vocês quiserem. E eu sei que há uma luz no fim do túnel. Eu sei que há pessoas que ainda buscam essa experiência aqui. E quero recomeçar a fazer o que eu sempre gostei: escrever, conversar, ensinar e aprender, estabelecer um vínculo mais profundo com vocês e estar presente.

O meu compromisso está firmado.
E vocês, estão comigo?
Vamos voltar a blogar como antigamente?

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10 comentários

  1. Adoro textões, adoro blogs, então estarei sempre aqui na sua casinha que foi onde te conheci e comecei a seguir.
    Forte abraço!

    1. Estou muito feliz em te ver por aqui! O bom filho sempre retorna ao lar, não é mesmo? Siga por aqui que logo logo teremos mais textões. <3

  2. Nossa, eu poderia ter escrito esse texto. Ando muito cansada de tudo isso e me sentindo órfã dos blogs. Das reflexões mais profundas. Das conversas menos superficiais. Até das brigas no Facebook tenho sentindo falta – pelo menos havia um diálogo de mais de duas linhas. Estou pensando muito em começar um blog, na contramão de tudo que nos vendem.
    Volta mesmo, por favor. Eu vou estar por aqui!

    1. Te dou todo apoio pra criar um blog! Acho que precisamos dessa rede, dessa nossa “casa” na internet um pouco longe da correria do Instagram. Não acho que lá seja ruim, mas é que sinto falta dessa tranquilidade de escrever textões, comentários mais profundos… acho que aqui facilita a conexão mais profunda com quem nos visita. Assim que criar teu blog venha aqui me contar o endereço que irei visitá-la. Quero fazer uma lista de blogs como antigamente e deixar aqui na página pra que outras pessoas possam conhecer.

  3. Nossa, é horrível.
    Lembro da internet de alguns poucos anos atrás: era um canto aconchegante pra encontrar amigos virtuaise trocar ideia, bater papo.

    Agora os grupos e perfis se tornaram só duas coisas: briga e discussão ou marketing.

    As pessoas não usam mais nem os próprios nomes: usam marca para referir a si mesmas…

    Também foi um dos motivos de eu ter abandonado redes sociais, como você, me saturei.

  4. Exatamente o que eu queria dizer quando digitei no Google “blog – cansei do Instagram”.

    Eu escrevia tanto e eu fazia isso tão bem, até que me perdi no labirinto das redes sociais e todos iguais.

    Ainda não sei se é essa fase reflexiva do ciclo menstrual ou se está vindo da minha alma cansada mesmo. Vou dar um tempo pra descobrir. Mas já me sinto aliviada de saber que não fui a única a ter essa sensação, sentimento ou seja lá o que isso for.