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Slow Internet: um movimento minimalista na web

Slow Internet: um movimento minimalista na web | Camile Carvalho Vida Minimalista | #vidaminimalista

É verdade que agora a produção de conteúdo está mais democrática. Praticamente qualquer pessoa com um computador (ou smartphone) e uma conexão à internet é capaz de produzir algo, seja no Twitter, em um blog pessoal, YouTube ou em suas páginas do Facebook. No entanto, a possibilidade de ganhar voz junto à urgência de estar onipresente em todas as redes, fez com que houvesse uma enxurrada de dados pela internet, tanto bons quanto ruins.

Da mesma forma que queremos ter nossa própria voz produzindo cada vez mais conteúdo, também desejamos consumir freneticamente o que os outros produzem. Se abrimos nosso feed do YouTube e percebemos que tem uma quantidade enorme de vídeos novos e pouco tempo para assisti-los, logo surge uma sensação de que estamos perdendo algo, de que precisamos abrir mão de algo para que possamos “quitar” aquele débito que tanto nos incomoda.

Claro que estou dando um exemplo um tanto exagerado, alguns realmente não se importam com a quantidade excessiva de atualizações em seus feeds, mas quem nunca checou o Facebook só para ver se tinham notificações novas e se sentiu feliz ao ver que a última foto que postou recebeu mais curtidas? Será que precisamos mesmo estar sob tais sensações? Será que não estamos causando uma ansiedade sem um motivo importante?

Já escrevi dicas para uma vida online saudável e de como organizei meu Facebook para que não ficasse tão afogada em seus estímulos. Já passei por um período em que queria ao máximo estar longe das redes sociais, da internet e do blog, ao mesmo tempo em que queria compartilhar cada descoberta que estava fazendo com vocês. Cada dica que publico no meu blog faz parte de uma descoberta pessoal, algo que experimentei e que deu certo, e que gosto de sugerir que experimentem também e depois me contem se deu certo ou não.

Claro, não somos iguais a ninguém e o que pode dar certo pra mim pode não se adequar a outros, mas tento sempre compartilhar com vocês o que considero ser interessante e que possa ajudar de certa forma, embora às vezes erre um pouco a mão e faça do meu blog mais um estilo diário do que utilidade mesmo, e peço desculpas por estes posts que não acrescentam muito.

A questão é que há um movimento muito bacana crescendo por aí, que se chama Slow Internet. É um movimento que rema contra a maré da superexposição, do consumismo digital (não apenas relacionado a compras, mas a consumo de informação) e que nos mostra que podemos pisar no freio e desacelerar um pouco esta ansiedade de estar sempre conectado, sempre disponível e sempre consumindo tudo o que encontramos pela web. Se antes, na época das coleções de enciclopédias, já era difícil absorvermos tudo o que aquelas páginas guardavam, imaginem agora que temos estímulos constantes pulsando em nossas mentes disputando nossa atenção pela internet? Clique aqui, leia, compre, assista o vídeo e etc.

A boa notícia é que podemos ter o controle. Por mais que as redes sociais tenham se transformado em grandes simulações de praças de guerra – vide época das eleições e outros debates – podemos ser mais seletivos quanto ao conteúdo que queremos receber. Quais páginas curtimos no Facebook? Quantos perfis seguimos no Twitter ou Instagram? São pessoas que nos causam alegria, que nos colocam pra cima e dão dicas legais que podemos pôr em prática ou personalidades da web que apenas esbanjam um estilo de vida que nunca teremos e que nos causam um sentimento de não-pertencimento? O que queremos encontrar nas redes sociais? O que esperamos ao entrar de 10 em 10 minutos no nosso Facebook? O que nos causa ansiedade?

Podemos ter o controle. Basta selecionarmos melhor quais conteúdos queremos receber. Desapegue, faça um declutter digital. Desconecte-se um pouco. Eu mesma tentarei respirar um pouco de ar puro e repensar sobre o que ando escrevendo, compartilhando e produzindo em minhas redes sociais e blog. Talvez eu tire do ar alguns posts mais pessoais que acho irrelevantes e talvez faça uma revisão em outros que acho interessantes, complementando informações e corrigindo possíveis erros para melhorar a qualidade das informações do blog.

E vocês, já conheciam este movimento? O que acham da ideia? Como são seus hábitos na internet?

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7 comentários

  1. Olá Camile! Esse seu post veio bem de encontro a um dilema que estou vivendo. Abandonar ou não abandonar as redes sociais. Tem dias que me sinto sobrecarregada demais com tanta informação que vem de todos os lados e sinto vontade de me libertar de tudo isso, mas simplesmente não consigo abandonar. O pior é que isso tem atrapalhado e muito a minha vida por que não consigo cuidar das minhas coisas. Entrei em um dilema interno aonde eu fico me perguntando o porque e pra que eu faço tudo isso? Porque eu tenho um blog que eu não atualizo faz tempo? Porque eu atualizo a minha página no facebook e no Instagram?
    Qual é o sentido? Para ter meia dúzia de curtidas e um ou outro comentário?
    Porque eu leio tanto e quero absorver tudo mas na verdade não absorvo nada por que não consigo colocar em prática as coisas que leio na minha vida. Isso gera um cansaço enorme. Uma espécie de sufocamento que me tira a paz, sabe?
    Então Camile os meus hábitos na internet não estão me fazendo nada bem, acho que o slow internet não se aplicaria para mim e sim um stop internet imediatamente… rs
    Obrigada por ler. Me desculpa pelo desabafo. Bjs. 🙂

    1. Oi Malu!
      Muito obrigada pelo desabafo! Acho que é importante refletirmos sobre nossos hábitos na internet. Também já me questionei muito sobre os motivos pelos quais posto no Facebook, escrevo no Twitter, mas acho interessante você não tomar uma decisão definitiva agora. Vai reduzindo aos poucos, selecionando quem segue, o que escreve… Tenta usar seu blog pra debater também sobre o que você está passando. Pode ser que muitos leitores seus também estejam passando por algo semelhante e comentem, como você está fazendo aqui comigo. Acho legal ter um espaço pra termos nossa própria voz, a questão é como usá-lo.
      Tenta ir aos poucos, reduzir, ficar um tempo sem acessar e veja o que muda em sua vida. Faça uma experiência! E depois volte aqui pra me contar. 🙂
      Fiquei muito feliz com seu comentário, é importante debatermos sobre que rumo estamos indo com as redes sociais. Nós produzimos o conteúdo, então temos a liberdade também de escolher o que mostrar e quando.
      Obrigada pela sua presença!

  2. Belíssimo Post, Camila .
    Sabe ? Eu abandonei boa parte delas : Não tenho Facebook, Instagram, Twitter…etc. Não tenho nem whatsapp.
    Para não dizer que sou totalmente avesso às midas sociais, mantenho um blog e gosto do skoob.
    ótima semana !

    1. Skoob é uma ótima rede pra interagir com leitores! Eu gosto de usar as redes pra manter contato com leitores e familiares, tudo depende de como as usamos, né? Temos a mania de culpá-las, quando na verdade os culpados somos nós. Temos que encontrar o equilíbrio, mas se não fizerem falta, deletar pode ser uma boa escolha.
      Abraços!

  3. Olá! Vivo me perguntando o porquê de eu estar usando uma rede social ou outra. A maioria das informações que vejo são irrelevantes pra mim no final das contas.
    Eu ultimamente tenho imaginado “a rede” ideal como sendo um blog, mesmo. Se você quer saber o que tal pessoa está fazendo, vai na página dela e veja. Pronto. Nada de algoritmo ficar fofocando pra você coisas que nem quer saber. Sei lá…
    Vou procurar sobre esse movimento Slow. Obrigado pela dica.

  4. Olá!
    Eu tenho tentado entrar menos nas redes sociais, só estou consumindo conteúdo de blogs e postando no meu próprio (eu gosto, então não vejo porque cortar). Fico nesse dilema de excluir as redes ou não, mas sempre tem algo que me atrapalha com isso. Por exemplo, o Facebook tem os grupos e a página do blog (que no momento está fechada, porque não estava atualizando). Vou aos poucos tentando reduzir e ver o que dá e o que não dá pra mim