Categorias: Desapego

Quando é hora de dizer adeus?

Quantas vezes não nos sentimos deprimidos, sobrecarregados, sem espaço para começarmos algo novo? E quantas vezes planejamos algo que nos empolga, nos deixa maravilhados e ansiosos, mas que depois percebemos que não estávamos no momento certo ou que não poderíamos ter nos comprometido tanto?

Eu estava assistindo o vídeo da Fran, do blog Morando Sozinha, no qual ela anunciava o fim de seu blog pessoal, criado há pouco tempo, e que manteria apenas seu principal. O motivo? Estava sobrecarregada e não conseguia mais dedicar-se como antes aos dois, além de ter sobrado pouco tempo para a família e outros compromissos pessoais.

Achei muito bacana esta atitude e tenho certeza de que não foi fácil abrir mão de um trabalho para dedicar-se melhor a outro, e fiquei refletindo o quanto nos apegamos a algo que gostamos muito, mas que não temos coragem de dizer acabou, não dá mais.

Qual o limite da nossa persistência? Até que ponto devemos lutar por algo que não estamos gostando tanto, que está nos atrapalhando, mas que talvez não queiramos assumir para nos mesmos que fracassamos? Será que devemos usar a razão ou a emoção em uma hora dessas?

Outro exemplo que acompanhei, foi o da Jess, do blog Criativo Caos, que depois de cursar uma graduação de Pedagogia, se viu no último ano totalmente desestimulada a continuar, já que seu caminho estava tomando um novo rumo e lhe dando mais satisfação pessoal, além de ter se decepcionado demais com a desvalorização do pedagogo. O que aconselhar, afinal? Largue tudo, desapegue? Ou estimulá-la a aguentar firme por mais alguns meses e concluir sua graduação?

Existem casos e casos e acho que cada situação deve ser analisada pela própria pessoa que a está vivendo. Já abandonei um curso com o qual não me sentia feliz e dediquei-me mais a outro que me dava mais satisfação pessoal. Já criei alguns blogs, deletei outros, vou vivendo no modo da “tentativa e erro” e me sinto bem por ter tentado e também assumido quando já não estava mais dando certo.

Quantos relacionamentos nos fazem mal? Quantas amizades apenas nos deixam pra baixo? Quantas oportunidades perdemos quando tentamos manter em nossas mãos algo que está se deteriorando? Será que devo sair daquele emprego que me consome? Se eu desistir, serei um fracassado ou um vitorioso? Se eu permanecer, serei um acomodado ou persistente?

Acho que a autoreflexão é a melhor saída nestes momentos. Sentar, meditar, colocar no papel todos os prós e contras. Porque nem sempre desistir é fracassar. Mas também nem sempre permanecer é acomodar-se. Cada situação é diferente, cada indivíduo é diferente. Cabe a nós, apenas nós, refletirmos sobre o que funciona ou não, e estarmos preparados para lidarmos com as consequências, que nem sempre serão ruins.

E vocês, já abriram mão de algo muito importante em suas vidas? Foi melhor ou pior?

[imagem: We heart it]

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13 comentários

  1. Ótima reflexão e bem pertinente para o momento que estou vivendo…vou pedir demissão no meu atual emprego e estou me sentindo “culpada” porque ainda não completei nem 1 ano de empresa e meu chefe é gente boa e me trata super bem, mas por outro lado não me sinto feliz, foram poucos os trabalhos que fizeram eu me sentir realizada e além disso fica muito longe de onde eu moro, o que faz com que eu perca muito tempo no trânsito e me deixa com menos energia para fazer minhas coisas quando chego em casa. Tenho uma dificuldade enorme em dizer “não” e tomar decisões que podem magoar ou prejudicar mesmo que indiretamente, mas a verdade é que temos que buscar aquilo que é melhor para nós mesmos…sempre bate aquela dúvida “será que estou fazendo o certo, será que não deveria esperar mais um pouco…?” mas o coração continua gritando e dominando a mente…

  2. Estava mesmo a precisar disto, bem hajas Camile!
    Desejo-te tudo de bom! Abraços de Portugal.
    P.S.: O teu nome é lindíssimo.

  3. Ótimo texto!
    Eu vi o vídeo da Fran e como ela disse, temos que ser humildes e aceitar quando não damos conta de tantas responsabilidades ao mesmo tempo! Admitir isso é a etapa mais difícil, mas depois disto, tudo fica mais leve =)
    Beijos
    http://vestidasdeluz.com.br

  4. Obrigada por citar meu caso Camile 🙂
    Essa reflexão é sempre válida e necessária. Temos a tendência a nos adaptar,a comodar e as vezes é bom que a gente questione se nossa vida está mesmo no caminho certo.
    E no fim é como você disse, cada caso é um caso e o mais importante é termos honestidade e coragem para decidir e levar adiante as consequências!
    Um beijão 🙂

  5. Sem dúvida que já tomei decisões que algumas prejudicaram outros indirectamente, chamaram-me de irresponsável e disseram que estava a ser demasiado precipitada mas ou era aquele caminho ou dava em louca, não me arrependo de nenhuma das decisões que tomei e foi por elas que agora estou a dar um novo rumo à minha vida e a olhar para aquilo que realmente me faz melhor, estou a recuperar o meu verdadeiro eu, a minha verdadeira essência e é assim que deve ser. Como li uma vez, “Há uma grande diferença entre Desistir e saber que Não Vale a Pena.”
    Um grande beijo de Portugal

  6. mas quando a gente quer desistir mas não sabe se deve, tudo que queremos é alguém que diga “vá em frente”, só que ninguém quer se responsabilizar por isso. uma vez um médico me disse “você só pode carregar tanta carga antes de se dobrar, então se estiver muito pesado, deixe no caminho algo que você possa voltar para pegar depois. se você achar que deve, depois volta e pega, mas tem grandes chances de você perceber que a melhor escolha foi ter deixado pra trás”. mudou minha vida.

  7. Adorei o texto! E vivi esse dilema a pouco tempo. Larguei um emprego de 7 anos para ir morar em outro país. Larguei o certo pelo duvidoso, mas me sinto mais leve, confiante e determinada a seguir novos projetos. Sinto que meu leque de opções se abriu. Obrigada!

  8. […] lendo um dos meus blogs favoritos sobre GTD o Vida Minimalista da Camile Carvalho, quando li algo que se encaixava numa situação muito parecida comigo ou com […]