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Como fazer um destralhe (Declutter): Passo a Passo

Como fazer um declutter? Tenho recebido muitas perguntas sobre como se planejar e dar o pontapé inicial. Algumas pessoas, na empolgação, acabam escolhendo um armário inteiro para começar, e acabam não dando conta depois de tanta papelada, lixo e materiais a serem organizados. Pensando nisso resolvi organizar minha papelada de estudos e fazer um pequeno guia de como me organizo para fazer um destralhamento sem estresse. Já aviso que este será um post longo e com muitas fotos, espero que gostem!

1) Material de apoio e preparação do ambiente

É mania minha, mas eu gosto de varrer o chão antes de começar um declutter pelo simples motivo de que ficarei boa parte sentada e jogarei toda a “tralha” ali. Coloco uma boa playlist de músicas inspiradoras pra tocar, dependendo do meu humor do dia e separo o material necessário para lidar com a papelada:

  • Grampeador – sempre tem papeis para serem grampeados
  • Evernote – tiro muitas fotos e arquivo documentos ali. Uso o celular para isso, mas vocês podem usar tablets ou usar o próprio scanner ou câmera digital.
  • Sacolas de lixo
  • Papel e caneta – anote todas as ideias que surgirem em sua mente em relação ao material que está sendo manipulado.
  • Post-its – são ótimos para anotarmos lembretes durante a organização
  • Água e/ou petiscos.

2) Começando

Com o chão limpo e todo o material necessário em mãos, é hora de tirar tudo do local que vai ser organizado, seja uma parte da escrivaninha, do armário ou uma gaveta. Não tenha dó, faça uma grande pilha com todo o conteúdo e respire fundo, é hora de encarar um por um. No meu caso, como resolvi destralhar a parte da minha escrivaninha que guardo meu material de estudos, vocês verão muitas apostilas e cadernos nas fotos.

obs.: Há um tempo eu postei sobre não usar papeis na faculdade, mas eu acabei não me adaptando tanto. O que faço é anotar as aulas no Evernote e tirar xerox das apostilas que os professores disponibilizam para os alunos. Em uma faculdade em que o Wi-Fi não funciona bem, fica muito complicado depender 100% da conexão para abrir arquivos escaneados em PDF do Dropbox. A vantagem é que o Evernote funciona offline para anotações, e quando entro em um ambiente com conexão, ele automaticamente sincroniza o banco de dados.

obs2.: Uso alguns cadernos para anotações dos meusestudos, mas não para o dia-a-dia na faculdade. Servem mais como um “backup” das matérias mais importantes que eu utilizarei em alguns concursos da área. Assunto para um outro post, certamente.

3) Organizando

Depois e formada a pilha, é hora de categorizar cada item, um por um. Começo sempre pelo que está no topo, sem pular nenhum objeto e vou formando pilhas imaginárias ao meu redor. Livros, apostilas importantes e cadernos são materiais de referência. Papeis que não preciso mais ficam na pilha de descarte/reciclagem. Cadernos em branco que nunca usei e não preciso ou pastas/divisórias de fichário, vão para a pilha de doação. E assim por diante.

É normal no começo formarmos várias pilhas de itens que não sabemos ao certo como classificá-los, mas um segundo processamento nos faz refletir melhor se aquele papel que pensamos em guardar é realmente necessário ou se aquela revista vai para a pilha de escanear ou doação. Não se preocupe se ainda não está muito claro como montar suas pilhas, pois à medida em que vamos manipulando cada material, conseguimos categorizar melhor e refletir a importância de cada um deles. No meu caso, por exemplo, classifiquei o quadro de horários da faculdade como importante, mas numa segunda olhada percebi que já sei os horários das aulas e depois do recesso da Copa não será mais necessário.

4) Finalizando

Depois de muito refletir sobre cada pilha que havia formado, consegui chegar ao resultado final:

  • Materiais para processar – papeis que desejo ter escaneado e guardados no meu Evernote.
  • Materiais de Referência – livros, cadernos e apostilas que não quero me desfazer
  • Papeis para reciclar
  • Materiais de apoio – pastas de diversas formas e folhas de plástico (catálogo)
  • Doação (na frente) – divisórias de fichários antigos que não uso mais (o único fichário que uso tem divisórias transparentes padronizadas)

5) Materiais diferentes

Durante a organização me deparei com materiais que não são de referência, mas que ainda não posso descartar por ainda precisar usá-los para fazer provas em julho. Os separei em uma pasta em L e deixei na minha gaveta da escrivaninha, já que é um material que vou usar bastante por um tempo determinado e depois provavelmente vou escanear e guardar no Evernote para futuras referências, descartando a cópia em papel.

Também me deparei com comprovantes de matrícula e outros documentos da faculdade, que costumo guardá-los em uma pasta transparente destinada a documentos importantes. Antes eu possuía uma pasta catálogo imensa, mas percebi que não havia necessidade de tanto. Por enquanto minha demanda é apenas por uma pasta pequena, na qual guardo CPF, Passaporte e documentos da faculdade e trabalho misturados por serem poucos.

É normal, sempre que faço um declutter – seja onde for  – eu me deparo com papeis em branco que não vou destinar à reciclagem. Mantenho uma pasta transparente em L na qual guardo todo e qualquer pedaço de papel em branco que possa ser usado como rascunho. Gosto muito de escrever minhas ideias e nem sempre quero usar meu caderno de anotações para isso. Costumo manter uma ou duas folhas na bolsa quando vou pra aula, pois mesmo fazendo anotações no Evernote acabo sempre precisando de um lugar pra escrever algo. Papeis de rascunho são coringas, servem desde uma lista de compras até para entregar alguma atividade feita em sala de aula.

Para guardar o material a ser processado (que comentei lá em cima), peguei uma das pastas que sobrou na pilha de material de apoio. Agora tenho separado e definido um lugar que vou ter que avaliar assim que tiver um tempo. Para não esquecer, já anotei a tarefa na minha lista de afazeres e em breve vou processar tudo o que está ali para analisar se realmente preciso escanear o conteúdo ou se descarto de uma vez. No declutter que faço como o de hoje, prefiro não perder tempo analisando e escaneando cada papel, apenas é uma organização e registro do que deve ser feito. Se eu fosse ainda pensar sobre cada papel da pasta e escaneá-los, acabaria desviando o foco do destralhamento.

6) Material de Referência

Mantenho uma pasta catálogo para guardar textos importantes que provavelmente usarei em várias disciplinas da graduação até a pós. Este, por exemplo, é do primeiro período e já o usei em outras três disciplinas. Como eu falei antes, alguns prefiro guardar também em papel já que nem sempre tenho conexão para acessar os arquivos em PDF quando preciso. Quando sei que utilizarei o texto na aula seguinte, apenas removo a pasta de plástico do fichário. Assim protege sempre o material na bolsa/pasta e fica mais fácil de guardar novamente.

7) O Resultado

Eu sei, todos gostam de ver o antes e o depois, e por isso registrei a parte do armário antes de fazer o declutter. A primeira foto foi feita no dia anterior, quando senti a necessidade de uma organização urgente. É normal, por mais que façamos vários destralhamentos, acabamos acumulando e bagunçando tudo no dia-a-dia. Papeis chegam até nós sem percebermos, o que não é do lugar acaba ficando por ali por comodidade e só percebemos como havia coisas demais quando comparamos os resultados.

Antes

Depois

Um ambiente muito mais clean e organizado, além de eu ter a consciência do que preciso fazer a partir de agora com o material a ser processado (escaneado e descartado) que não aparece na foto – falha minha – mas foi colocado sob a pilha da esquerda. A verdade é que agora não preciso olhar o tempo todo pro objeto para lembrar-me de que preciso tomar alguma atitude sobre ele, mas sim, olhar para minha lista de tarefas na qual tem tudo anotado.

Eu sei que foi um post longo e agradeço a quem chegou até o final. Desculpem pela quantidade de fotos, mas quis registrar o passo-a-passo pois sei que muitos gostam de acompanhar e de inspirarem com a organização dos outros. Eu mesma sou assim! No início do meu blog eu costumava fazer esse tipo de post bem explicadinho, mas com o tempo acabei perdendo esse hábito. Será que vocês gostam? Vou tentar escrever mais dessa forma.

E vocês, fizeram algum destralhamento recentemente? Contem aqui nos comentários deixando o link para fotos ou posts (quem é blogueiro) para compartilhar suas organizações também!

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Categorias: Comportamento

Uma reflexão sobre estudos e carreira

Uma reflexão sobre estudos e carreira | Vida Minimalista

Eu pensei que minha vida de estudante havia se encerrado aos meus 23 anos, quando recebi meu diploma de Medicina Veterinária. Apesar ter consciência, no último ano, de não pretender seguir na carreira e não ter ideia do que me esperava pela frente, tudo o que tinha em mente era conseguir um emprego bacana que estivesse relacionado a sites, escrita, fotografia, produção de vídeos e outras coisas que eu me dedicava como hobbie durante minha graduação – e que achava muito mais divertido que decorar cada sulco do cérebro.

Cursar uma segunda graduação, no entanto, estava fora dos meus planos. Depois de estudar por cinco anos, voltar a uma sala de aula não me parecia ser uma boa ideia, então, com alguns cursos de capacitação consegui um emprego em uma área que eu adorava: editora de vídeo de uma grande emissora. Em São Paulo. Arrumei meu mochilão e parti pra Terra da Garoa sem pensar duas vezes. Não sabia o que me esperaria pela frente nem tampouco sabia que aquele seria o momento de encerrar um ciclo e iniciar outro.

Na época cheguei a me sentir mal em pensar que eu era uma Médica Veterinária descolada da minha área, como uma derrotada que não tinha conseguido um emprego em sua área – pelo menos era desta maneira que alguns me viam – e me deixava influenciar pela opinião alheia. Naquela época eu não tinha a maturidade suficiente para assumir minha escolha, tudo ainda estava confuso, como uma crise de identidade profissional, se é que isso existe.

Depois de pesquisar diversas faculdades, tomei a melhor decisão da minha vida: iniciar uma segunda graduação em Comunicação Social (Jornalismo). Acredito que a escolha do nosso caminho profissional – teoricamente aquilo com o que iremos trabalhar para sempre – deve ser feita com muita cautela, maturidade e reflexão, e vejo que aos 17 anos estudantes se digladiam por uma vaga em uma universidade pública, e caso não consigam naquela área, buscam por outro curso com menos concorrentes. A meta é conseguir sentar nas velhas cadeiras de uma universidade pública, que embora bastante abandonadas quanto à estrutura, o ensino ainda é muito forte.

Vejo jovens amigos confusos se escolhem direito, letras ou administração. Outros que sonham com a Medicina, mas como é difícil, marcam na ficha de inscrição Medicina Veterinária, Biologia, Enfermagem, Biotecnologia… O que será deste aluno futuramente? Alguns se identificam com a escolha “no escuro” e acabam sendo realizados profissionalmente, mas outros, continuam com o sonho da Medicina, arrastando por anos, escondido por debaixo do tapete.

O que parece é que nossos jovens sequer conhecem direito as profissões disponíveis, e raramente vemos alguém determinado a entrar em algum curso porque sempre gostaram daquilo, já acompanham – talvez pelos pais exercerem – ou já tiveram experiência profissional. Muitos escolhem Medicina por status sem imaginar que, logo nos primeiros períodos, terá que enfrentar o Instituto Anatômico com seus baldes de pés e mãos submersos no formol. Outros ainda não sabem se querem Cinema ou Pedagogia ou, quem sabe, Turismo. O importante é passar em alguma.

O sistema de ingresso nas universidades públicas (ENEM/SISU) parece ter agravado este quadro. Vejo conhecidos se inscrevendo em um curso, mas quando descobrem que não vão conseguir, correm para mudar a habilitação para algo mais fácil e menos concorrido. O resultado disso são jovens orgulhosos ao passarem pelo portão de uma grande universidade, mas frustrados ao entrarem na aula de Língua Grega I, quando o maior sonho era abrir o livro de Teoria do Jornalismo. Não que um seja menos que o outro, mas são, sem dúvida alguma, áreas completamente diferentes.

Fico me perguntando o que fazer para orientar tais jovens, que vivem sob uma enorme pressão para ingressarem em uma universidade – de preferência pública – assim que saem do Ensino Médio. A nossa sorte é que o quadro está mudando e hoje já não é tão estranho deixar a Medicina Veterinária em busca do Jornalismo. Já não fazemos mais carreira para uma vida inteira, temos muito mais flexibilidade para pegar outra estrada no meio do caminho, mas deve ser extremamente frustrante ser pressionado a ingressar em qualquer curso, desde que seja em uma universidade renomada.

Queria saber a opinião de vocês sobre tudo isso. É importante que um jovem ingresse em uma universidade assim que termina o Ensino Médio? Ou seria melhor esperar um pouco para que tenha mais maturidade na escolha? Como lidar com a falta de orientação e a competição dos vestibulares? Deixo o espaço dos comentários abaixo para um debate.

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Categorias: Desapego

Quando é hora de dizer adeus?

Quantas vezes não nos sentimos deprimidos, sobrecarregados, sem espaço para começarmos algo novo? E quantas vezes planejamos algo que nos empolga, nos deixa maravilhados e ansiosos, mas que depois percebemos que não estávamos no momento certo ou que não poderíamos ter nos comprometido tanto?

Eu estava assistindo o vídeo da Fran, do blog Morando Sozinha, no qual ela anunciava o fim de seu blog pessoal, criado há pouco tempo, e que manteria apenas seu principal. O motivo? Estava sobrecarregada e não conseguia mais dedicar-se como antes aos dois, além de ter sobrado pouco tempo para a família e outros compromissos pessoais.

Achei muito bacana esta atitude e tenho certeza de que não foi fácil abrir mão de um trabalho para dedicar-se melhor a outro, e fiquei refletindo o quanto nos apegamos a algo que gostamos muito, mas que não temos coragem de dizer acabou, não dá mais.

Qual o limite da nossa persistência? Até que ponto devemos lutar por algo que não estamos gostando tanto, que está nos atrapalhando, mas que talvez não queiramos assumir para nos mesmos que fracassamos? Será que devemos usar a razão ou a emoção em uma hora dessas?

Outro exemplo que acompanhei, foi o da Jess, do blog Criativo Caos, que depois de cursar uma graduação de Pedagogia, se viu no último ano totalmente desestimulada a continuar, já que seu caminho estava tomando um novo rumo e lhe dando mais satisfação pessoal, além de ter se decepcionado demais com a desvalorização do pedagogo. O que aconselhar, afinal? Largue tudo, desapegue? Ou estimulá-la a aguentar firme por mais alguns meses e concluir sua graduação?

Existem casos e casos e acho que cada situação deve ser analisada pela própria pessoa que a está vivendo. Já abandonei um curso com o qual não me sentia feliz e dediquei-me mais a outro que me dava mais satisfação pessoal. Já criei alguns blogs, deletei outros, vou vivendo no modo da “tentativa e erro” e me sinto bem por ter tentado e também assumido quando já não estava mais dando certo.

Quantos relacionamentos nos fazem mal? Quantas amizades apenas nos deixam pra baixo? Quantas oportunidades perdemos quando tentamos manter em nossas mãos algo que está se deteriorando? Será que devo sair daquele emprego que me consome? Se eu desistir, serei um fracassado ou um vitorioso? Se eu permanecer, serei um acomodado ou persistente?

Acho que a autoreflexão é a melhor saída nestes momentos. Sentar, meditar, colocar no papel todos os prós e contras. Porque nem sempre desistir é fracassar. Mas também nem sempre permanecer é acomodar-se. Cada situação é diferente, cada indivíduo é diferente. Cabe a nós, apenas nós, refletirmos sobre o que funciona ou não, e estarmos preparados para lidarmos com as consequências, que nem sempre serão ruins.

E vocês, já abriram mão de algo muito importante em suas vidas? Foi melhor ou pior?

[imagem: We heart it]

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