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De volta ao caminho do meio

De volta ao caminho do meio | Vida Minimalista

O ano mal começou e já estamos em maio. A impressão de que tudo anda corrido demais só aumenta a cada dia e a sensação de que precisamos correr mais do que o próprio tempo para dar conta de tudo vem me acompanhando há algumas semanas. Desde a chegada de 2015 tentei mudar, testar, desistir, persistir e mudar de caminho, e como falei no meu post sobre meus 30 anos, aprendi muito com todas estas experiências.

A ansiedade por uma mudança brusca de vida me fez vivenciar um outro lado da moeda que eu já vinha trabalhando lentamente ao longo de alguns anos, desde que conheci o minimalismo. Chutei o balde e comprei roupas sem raciocinar, enchi minhas prateleiras com novos livros – que não sei quando conseguirei lê-los – e me comprometi com muitas atividades sem saber se conseguiria mesmo dar conta de tudo. Acho que posso resumir meu início de ano com aquela famosa frase: atirei pra todos os lados. E querem saber a verdade? Não me arrependo.

Sempre tenho a sensação de que quando chega o outono e passa meu aniversário (18 de abril), as coisas começam a melhorar um pouco. Minha ansiedade começa a diminuir e começo a ter uma visão mais clara dos meus objetivos, conseguindo então focar no que é importante e fazer uma revisão das metas e planos que havia feito para o ano. Sinto como se fosse o momento de uma avaliação geral antes de dar mais um passo à frente, e não está sendo diferente neste ano.

Tudo o que preciso agora é pisar no freio e fazer um destralhamento geral em minha vida, deixando pra trás o que não está indo bem e estabelecendo um foco naquilo que considero importante. Sabe aquela sensação de que apenas conseguiremos seguir adiante se organizarmos TUDO? Pois é exatamente o que estou sentindo e gostaria de convidar a todos vocês a enfrentarem este desafio comigo, a pararmos um pouco pra refletir sobre o que já fizemos até agora e o que poderemos fazer pra melhorarmos a nós mesmos.

1. Papelada

Não tem jeito, por mais que façamos declutter, sempre haverá acúmulo de papeis indesejáveis em alguma gaveta de nossas casas. E aqui a situação está bem complicada, faz um tempo que não faço uma arrumação geral e posso sentir a energia estagnada dentro das minhas gavetas da escrivaninha. No último sábado consegui separar uma sacola de papel pra reciclagem e pretendo nos próximos dias conseguir eliminar tudo o que resta de inútil (ou papeis que sirvam para alguém, como textos, xerox entre outros).

2. Livros

Andei exagerando um pouco na compra de livros neste ano e pretendo parar um pouco no momento. Porém, abrirei excessão apenas para os livros acadêmicos, já que tenho um planejamento de ter uma biblioteca com livros correspondentes à minha área de pós-graduação e pesquisas. Como não estou tendo muito tempo para leituras de ficção, darei preferência ao que encontrar pelo Kindle e tentarei aos poucos ler o que já tenho encostado nas minhas prateleiras e depois tentarei trocar pelo Skoob ou vendê-los. Desapegar um pouco dos meus livros físicos é uma meta pra 2015 e os manterei atualizados em relação a essa missão um tanto complicada, porém necessária.

3. Roupas

Comprei roupas por estarem em promoção. Comprei roupas simplesmente porque as achei bonitas na loja e pensei que combinariam comigo. Comprei roupas sem planejamento, sem seguir minha listinha do que eu realmente precisava comprar, e o resultado não poderia ser pior: um guarda-roupas cheio, mas com poucas opções de combinações entre si. Tem certas coisas que sabemos que não devemos fazer, mas que por teimosia acabamos fazendo e aprendemos a lição. Considero este deslize como um lembrete e certamente no próximo declutter algumas peças se destinarão a pessoas que estão precisando de roupas mais do que eu.

4. Cosméticos

Não andei comprando muitos cosméticos, até porque tenho meus princípios de comprar produtos de empresas que não testam em animais e o que tenho por aqui ainda dá pra muito tempo de uso, mas uma vontade que tenho é de aprender a produzir alguns cosméticos mais naturais. Alguns eu já tenho o costume, como esfoliante para pele usando apenas mel e açúcar e o uso de óleos essenciais no meu dia-a-dia. Será algo que precisarei rever, pois deixei um pouco de lado essa procura por aprender mais sobre os produtos naturais. Mas apesar de tudo, é uma boa hora de fazer uma revisão se não andamos comprando demais o que não precisamos e começarmos a usar até o final aquele shampoo antes de sair comprando outro numa visita aleatória à farmácia.

5. Alimentação

Não adianta falarem que estamos em forma, o que conta mesmo é a nossa consciência em relação à alimentação e sinto que a minha anda um pouco desequilibrada. Nem sempre o que aparentamos externamente corresponde ao nosso corpo por dentro e já estou sentindo uma necessidade de me alimentar melhor.

Como passo o dia inteiro na rua, sempre acabo me rendendo a um lanchinho fora de hora e a produtos industrializados, mas quero regularizar minha alimentação e controlar um pouco os gastos com esses petiscos que podemos não perceber, mas que fazem nosso dinheiro ir embora aos poucos. Não tenho como controlar os horários das refeições – cada dia é diferente – mas posso selecionar o que comerei. Não sou muito fã de dietas, prefiro fazer refeições mais balanceadas e com um bom valor nutritivo, me afastando dos industrializados. Vamos buscar nos alimentar de forma mais saudável?

Suco de laranja feito na hora

Não é fácil sair da inércia e fazer uma super limpeza e organização em nossas vidas, mas devemos pensar que eliminar o supérfluo e buscar fazer nossas atividades com mais simplicidade nos deixará com a mente mais clara nos trazendo diversos benefícios, como maior concentração, mais foco para trabalharmos naquilo que nos é importante e claro, termos mais tempo para nós mesmos (além de ajudarmos nosso planeta reduzindo os excessos que tanto o prejudica). Posso considerar que agora estou de fato me reequilibrando e buscando minimalizar novamente minha vida e pretendo compartilhar com vocês essa trajetória.

E vocês, como estão se organizando? Deixe sem comentário abaixo ou envie um depoimento para contato@vidaminimalista.com para participar da sessão “Carta do Leitor”.

Obrigada por tudo e até a próxima!

Crédito da primeira imagem: tumblr

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O que te incomoda?

O que te incomoda? Vida Minimalista #vidaminimalista

Vivemos preocupados com nossa imagem pessoal. Se colocar determinada roupa, pensarão mal de mim. Se eu agir de determinada maneira, não serei bem visto pelos meus colegas de trabalho. Se eu investir naquele sonho que está na gaveta há anos, falarão de mim por trás. Mas será que a opinião alheia deve ter tanto peso assim em nossas decisões?

É verdade que nossa aparência, o modo como nos comportamos em público e alguns projetos pessoais podem chamar a atenção alheia se não nos encaixarmos num padrão pré-determinado pela sociedade. Mas até que ponto devemos continuar agindo como animais adestrados a seguirem um fluxo? Será que a atenção dos outros realmente cai sobre nós diariamente ou muitos dos nossos medos de sermos julgados não é apenas medo do desconhecido?

Nossas vidas andam tão corridas que praticamente não prestamos atenção no outro. Estamos constantemente preocupados com as opiniões alheias, sobre o que vão pensar de nós que acabamos nos transformando em uma sociedade preocupada não com nós mesmos, mas sempre com a possibilidade de sermos vítimas de julgamentos.

Mas então me pergunto, que diferença fará a opinião de estranhos ou até mesmo conhecidos sobre a roupa que vestimos, um livro que pensamos em escrever mesmo sem nunca ter tentado ou até mesmo de termos opiniões diferentes do comum? Exceto algumas situações em que dependamos de uma outra pessoa, que diferença faz se alguém ri, cutuca o outro ao passarmos ou pensa que não conseguiremos atingir determinado objetivo?

Nenhuma diferença.

Temos tanto a aprender, a evoluir e acredito que viver a vida do outro enquanto a nossa passa pela janela não é uma escolha inteligente. Se você hoje tem receio de ser você mesmo ou de ir atrás de um sonho, apenas pare e seja você. Corra atrás. Invista em seus objetivos, em seu caminho, afinal, a sua história não pertence a mais ninguém a não ser você mesmo. Agora, se você é daqueles que se preocupam demais com a roupa do colega, da forma como alguém vê a vida ou com os sonhos “impossíveis” dos outros, não estaria na hora de começar a construir sua própria história de vida? Nunca é tarde para mudanças, até porque no final, nada disso importará a não ser o que construímos ao longo de nossa jornada.

Nunca tenha medo de ser você. Aprenda a amar a si próprio, afinal, suas diferenças é o que constrói sua personalidade.

Você é único e importante.

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Pelo direito de gostarmos (ou não) de algo

Ultimamente tenho notado um crescente incômodo das pessoas em relação à opinião e gosto alheio. Não precisa ir muito longe. Constantemente me deparo com algum debate acalorado pela internet quando alguém cita que não gostou de 50 tons de cinza, por exemplo. E então surgem dezenas de internautas para apedrejar quem deu a opinião e defender a qualidade da obra, algumas vezes até passando do limite do debate saudável sobre o tema extrapolando para a agressividade direcionada a quem teve uma opinião divergente. Ódio gratuito.

Estamos vivendo uma cultura na qual o nosso ego sempre fala mais alto. Temos a mania de achar que nossa opinião, nossos gostos e modo de viver é o mais correto e o outro está sempre errado. O outro não pode ter sua própria opinião, não pode pensar diferente, pois isso só demonstra o quanto ele não é tão inteligente como eu. Não é tão perspicaz como eu. E continuamos ecoando eternamente o eu, eu e eu…

Também vivemos em uma cultura na qual temos que ter um argumento plausível para tudo. Se não gostamos de algo e não temos um fundamento para esse “não-gostar” caso nos deparemos com alguém de opinião oposta, somos massacrados por frases intelectuais e sufocados por argumentos que provam por A mais B que estamos errados por não termos gostado de algo que todos estão gostando. E aí que me questiono, o que é gostar de algo?

Eu não preciso refletir e fazer um artigo científico com argumentos válidos sobre os motivos de ter simplesmente me identificado com um filme, livro ou artista. Gostar de algo ou alguém vai muito além de um simples argumento racional. Um filme pode ser considerado fraco pela crítica e ter se tornado o meu favorito do ano. Uma cantora pode ser desafinada, mas por seu carisma, ter conquistado alguns fãs. O que não podemos é querer julgar e convencer do contrário quando alguém gosta ou desgosta de algo.

Trocar ideias sobre um assunto que causa opiniões diferentes é saudável. Às vezes não nos identificamos com algo por simplesmente desconhecer algum fato interessante. E então quando temos mais informações, podemos passar a admirar o que antes não nos causava identificação. O mesmo pode ocorrer de forma contrária, de gostarmos de algo e ao sabermos de mais detalhes, passarmos a não gostar tanto como antes. E isso é normal. Essa troca de informações é saudável, pois é uma forma de adquirirmos conhecimento e sabermos um pouco da visão do outro sobre um objeto. No entanto, impôr nossa opinião ao outro e subjugarmos a quem tem gosto diferente já é um grande sinal de que nosso ego está saindo um pouco do controle.

Por um mundo com menos agressividade e com mais respeito à opinião alheia. Ninguém é obrigado a gostar do mesmo que nós. Nem do filme, nem do livro, na política ou no estilo de vida. Por um mundo com menos pessoas tentando nos convencer de que suas escolhas são as melhores e as nossas, as piores. Por um mundo no qual possamos ser livres para gostarmos de coisas consideradas ruins e não gostarmos de coisas consideradas boas. Porque na maioria das vezes é apenas uma opinião. E a nossa subjetividade, nossas opiniões diferentes, é o que constrói nossa identidade. É o que nos faz sermos quem somos.

Por um mundo com menos ódio e mais respeito.

Vamos minimalizar nossa agressividade? ❤

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