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Liberdade animal – Pelo direito à vida

Liberdade animal - Pelo direito à vida | Camile Carvalho | #camilecarvalho

Às vezes me pego pensando o quanto nós, seres humanos, passamos por cima da nossa compaixão com outros seres vivos em prol de nosso conforto e beleza. É revoltante que ainda hoje existam empresas de cosméticos que realizam testes laboratoriais em animais, e foi pensando nisso que decidi dar um passo mais à frente nesse ano de 2013, dizendo não a esses produtos. Não postarei imagens aqui nem farei campanha alguma, mas qualquer leitor que queira saber mais sobre como são realizados tais testes, basta procurar no Google que encontrará muita informação. Preparem o estômago.

Não é a primeira vez que tenho esse tipo de preocupação. Durante minha graduação como Médica Veterinária, passei por diversas disciplinas e palestras que me colocaram em contato com essa triste realidade, da qual muitas vezes não temos informações suficientes. Conhecer de perto todo o procedimento de abate (como deveria ser vs. como na realidade é) e da tecnologia de produtos de origem animal (P.O.A.) juntamente a outros motivos, me fez optar pela alimentação vegetariana. Porém, ainda há muitos fatores que ainda me incomodam, os quais muitas vezes é mais fácil ignorar do que encarar uma mudança em nossa própria rotina.

Nesse início de ano estou refletindo sobre o quão importante é estabelecer um paralelo do que pregamos com as nossas atitudes. Falar que é contra testes laboratoriais em animais e continuar utilizando o cosmético da empresa que faz isso, apenas por não se preocupar na hora da compra, me fez refletir o quanto eu podia estar sendo hipócrita, o que me levou a estabelecer um novo desafio e tomar algumas atitudes.

Há muitos anos eu, como Médica Veterinária, defendo o bem-estar animal e apoio essa luta que reune milhares de pessoas pelo mundo. Mas do que adianta apoiar uma causa passivamente se não começamos a mudança em nós mesmos? Sei que cada um tem o seu ritmo, e todos podemos começar aos poucos, prestando mais atenção na hora da compra de cada produto.

Essa semana eu tomei a decisão de não comprar mais cosméticos de empresas que testam em animais, optando assim por produtos veganos (que não possuem ingredientes animais em sua composição) e cruelty free (selo concedido a empresas que aboliram tais testes). Como meu shampoo e sabonete já eram de uma marca que tem essa preocupação, comprei meu condicionador e o creme de hidratação seguindo tais características. Além de não causar sofrimento a animais de laboratório, um produto desse tipo é – na maioria deles – mais natural, sendo livres de parabenos, derivados de petróleo, gordura animal, formol e outras químicas pesadas.

Minha meta em 2013, portanto, é deixar de usar em meu corpo qualquer produto que cause em seu processo industrial algum sofrimento aos animais, e irei fazer tal mudança por partes. Já consegui solucionar meus cosméticos de higiene do banho, como shampoo, condicionador, sabonete e creme de hidratação (que utilizo uma vez por semana) e já notei uma diferença no meu cabelo. O próximo passo será com maquiagens e esmaltes. Pretendo substituir o máximo que eu conseguir por produtos veganos, e irei pesquisar a empresa antes de comprar.

Sei que é praticamente impossível viver sem causar mal a nenhum outro ser vivo (ainda não consigo me alimentar apenas de luz solar), mas acho importante nos tornarmos conscientes do que nos alimentamos e do que utilizamos. Minha vaidade e meu cuidado com a beleza não pode passar por cima do bem estar de outros seres vivos. Sei que é muito difícil, mas eu vou tentar fazer a minha parte. Sem radicalismos, mas com determinação.

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13 comentários

    1. Bom dia, Ana! Fico muito feliz que você me compreende, que entende essa necessidade a qual chegamos em determinado momento de nossas vidas. Eu ainda não sou vegana, pois me alimento de derivados do leite, mas é um longo caminho que ainda pretendo chegar. Sou vegetariana há 5 anos e foi a melhor decisão que tomei na minha vida, pude sentir em meu organismo como a carne me fazia mal. Não dá pra saber a realidade e continuar de olhos vendados, não é mesmo?

      1. É mesmo! Tenho a certeza que se toda gente visse a realidade como ela é nunca mais voltaria a comer carne e costumo sempre dizer isso aos meus amigos (que não são vegetarianos). As pessoas fecham literalmente os olhos!

  1. Sempre gostei de seu blog, desde quando era Estudante minimalista, e vinha pensando quando chegaria este momento. Bom, ele chegou, como você deixou claro nesse post. É o início do fim.
    Bem, você diz ser “médica veterinária” então sabe como são desenvolvidos os medicamentos, os procedimentos médicos. Sabe como são as iniciais de medicina. Sabe quantas coisas são testadas em animais, para desenvolver uma cura, ou um medicamento para humanos. Sabe das pesquisas científicas que são realizadas em animais.
    Sendo assim, se você quer se manter fiel a este princípio vegan, eu a desafio a abrir mão de tudo que foi obtido através do auxilio de animais. Se um inseto, aranha , ou cobra picá-la, não tome soro. Ele foi feito à partir de um animal. Se ficar doente e precisar de uma cirurgia, não vá ao médico: ele aprendeu dissecando um animal. O mesmo para outros medicamentos, como você deve saber.
    Lembre-se disso.

    1. Bom dia, Adalberto! Primeiramente gostaria de agradecer por ser um leitor fiel desde o tempo do Estudante Minimalista.
      Gostaria de deixar claro que eu não “me digo médica veterinária”, pois eu sou médica veterinária. Eu estudei ao longo de seis anos mantendo um princípio meu, que é o respeito pela vida, sem sobrepor a humana à qualquer outra espécie. Nunca precisei em toda minha graduação, maltratar algum animal (inclusive no tempo em que fiquei no Instituto Vital Brazil e Instituto Butantã, com as cobras, as quais extraíamos o veneno para produção do soro, sem qualquer interferência em seu bem-estar), portanto, não acho que HOJE, com todo o avanço em pesquisas na área médica, precisemos utilizar animais para testes cutâneos se há diversas alternativas.
      Eu continuo a mesma pessoa, com os mesmos princípios, e não entendi o porquê de ser “o início do fim” do meu blog, apenas pelo fato de eu “trocar uma marca pela outra”. Eu não sou vegana, eu ainda me alimento de leite e seus derivados, mas eu tenho minhas escolhas pessoais, assim como cada leitor meu tem, e nenhuma escolha individual jamais seria motivo para eu interferir. Sinto muito, de verdade, que apenas porque eu troque uma “marca de shampoo” você tenha se incomodado, mas talvez meus leitores tenham apenas acessado à um outro lado meu que eu nunca havia demonstrado em palavras: minha sensibilidade para com a vida.
      Muito obrigada pela sua participação, e espero que continue acompanhando meu blog, já que também escrevo sobre organização e minimalismo. Realmente o veganismo mexe um pouco conosco, pois nos promove uma conscientização, que nem sempre é indolor.
      Muito obrigada e volte sempre.

  2. Olá, descobri seu blog recentemente.
    Olhei pro meu quarto e pensei: “tem muita coisa aqui!”… daí procurei sobre minimalismo.
    Hoje resolvi passar aqui de novo e li sobre o Cruelty Free, tava muito afim de fazer mudar as marcas que consumo também, mas daí me deparei com o preço elevadíssimo de alguns protudos mais naturais e meio que deixei a ideia de lado. Alguma dica sobre essa parte monetária da mudança? hehehe
    Abraços

  3. Muito legal essa iniciativa! Sempre amei os animais, mas a verdade é que nao encontrei a motivação certa ainda para ser vegetariana. mas tenho procurado produtos que nao testam em animais há algum tempo. ja eh um começo, eu acho.

  4. Você podia deixar uma listinha de marcas que não fazem esse tipo de teste, como sugestão. O que acha? :]

  5. Olá Camile! Leio seu blog há algum tempo já e adoooro! Sabe que essa decisão está nos meus planos há muito tempo, mas é super difícil achar informações concretas sobre esse assunto… Depois que li seu post, fui pesquisar as marcas de cosméticos que uso e encontrei informações muito contraditórias. No site do PEA, que antes tinha a lista das empresas nacionais, não tem mais. Você tem algum site confiável para indicar?
    E sobre o vegetarianismo, é outra coisa que está nos meus projetos… Cada vez como menos carne, mas com a cultura “carnívora” que temos, vou confessar que é difícil! Enfim, estou sempre tentando melhorar… Já é um começo! rsrs

  6. parabéns, eu sou vegetariano há 9 anos, li que entre os veterinários, é dfícil essa postura em relação aos animais, visto que muitos acabam trabalhando em abatedouros e fazendas de pecuaristas.

  7. Ana já que você não usa nada testado em animais então pare agora de usar medicamentos!!!! pq TODOS os testes iniciais são feitos em animais!!! ou vc na sua faculdade não viu casos em que tiram um órgão do rato, tratam eles com medicamentos com doses altíssimas que os levam a morte? e colírio então, passe longe, pois pra sua informação os testes são feitos diretos nos olhos dos coelhos, e se a industria erra na dosagem, advinha? o coelho fica cego, mas antes isso do que vários seres humanos por ai sem visão. Sei q é egoismo, mas fazer o que? De hj em diante vc pode declarar guerra aos colirios qdo vc tiver com conjuntivite pense que este produto foi feito com testes em animais.

    1. Melhor fazermos um pouco do que não fazer nada, não acha? É a velha história do pássaro carregando água no bico para apagar um incêndio. Para quê fechar os olhos se podemos fazer algo apenas trocando uma marca de cosméticos? Não é sacrifício algum olhar uma prateleira no supermercado e escolher o produto do lado. Pior seria, por comodismo, continuar consumindo sem critérios. Se por um lado não podemos fazer nada, por outro podemos. E é aí que entra o consumo consciente.

    2. Acha mesmo que “antes um coelho cego do que vários humanos sem visão”? O que faz você pensar que você, como humana, é mais ou menos importante do que outro animal? Afinal, somos todos ANIMAIS, de diferentes espécies somente.
      Concordo que é um absurdo que medicamentos sejam testados em animais e espero mesmo que isso mude no futuro. Porém, se podemos escolher entre cosméticos cruelty free e um que faça teste em animais, por que não escolher a primeira opção?? Acredito que ainda não tenhamos alternativa aos medicamentos, mas temos uma quantidade enorme de marcas de cosméticos excelentes cruelty free.
      Se todos pensassem como você, considerando tortura de uma forma tão simplista e prática, daqui a algumas gerações talvez estivéssemos fazendo algo parecido com seres humanos. Mas, fazer o quê, ne? Antes um desconhecido do que eu…
      Pense nisso!